| A crise do subprime, desencadeada nos Estados Unidos em 2007 a partir da quebra de instituições financeiras devido aos empréstimos hipotecários de alto risco, tornou-se a maior crise financeira global de todos os tempos, abalando a confiança do sistema financeiro internacional e congelando a liquidez do sistema bancário mundial. Em setembro de 2008, quando a crise explodiu e a cotação do dólar subiu, prejuízos astronômicos vieram à tona em diversas empresas do Brasil, revelando uma versão ainda mais arrasadora da crise. Além de enfrentarem os efeitos devastadores de uma crise mundial, algumas empresas brasileiras ainda decidiram apostar alto em um dos mercados mais instáveis e arriscados do ramo empresarial, o mercado da especulação financeira. Favorecidas pelo cenário econômico atrativo e pela queda do dólar que vinha ocorrendo desde 2005, várias empresas exportadoras utilizaram estruturas extremamente sofisticadas de derivativos cambiais, visando reduzir seus custos de financiamento e ainda obter ganhos financeiros no mercado especulativo. O objetivo deste artigo é demonstrar como eram montadas as estruturadas operações de target forward, através do exemplo da Aracruz Celulose, gigante exportadora que obteve prejuízos na ordem de R$ 2,5 bilhões em função dos derivativos de câmbio de alto risco. |
