| O objetivo deste trabalho é discutir as possibilidades da pesquisa-ação como estratégia metodológica para a abertura de espaços comunicativos que permitam a superação de silêncios. Silêncios construídos social e historicamente e que impedem a emergência de diálogos. Diálogos que se constroem por meio de um universo comum de participação, de um espaço de permissão entre pesquisadores e sujeitos da prática, de um espaço-ritmo que vai se instalando entre iguais e desiguais, entre diferentes e semelhantes. O trabalho analisa três experiências de pesquisa-ação no Brasil: (i) uma pesquisa-ação participante com mulheres bordadeiras da periferia de uma grande cidade brasileira, voltada para a formação de um coletivo empreendedor; (ii) uma pesquisa-ação crítica, com professoras de escolas públicas, voltada para a construção da autoria pedagógica; e (iii) uma pesquisa-ação na modalidade formativa, com professores universitários, voltada para a construção da dinâmica do coletivo de professores. Como conclusão comum aos artigos, os autores ressaltam que as intervenções não tinham caráter consultivo e sim acadêmico e apontam que a pesquisa-ação pode funcionar como instrumento crítico de rompimento do silêncio, permitindo aos sujeitos produzir processos comunicativos que possibilitem a superação de “estados de resignação” (conformismo, apatia, impossibilidade de autoria), para transformar sua realidade.
|
