As Teorias da Administração são diversificadas em termos de concepção do ambiente e sua influência sobre o comportamento das organizações. Algumas dessas teorias assumem que o ambiente é realista; outras o consideram nominativo. Por outro lado, algumas pressupõem um ambiente determinista e outras, voluntarista. Esses pressupostos levam a implicações divergentes para estratégia empresarial. Este trabalho visou ao exame exploratório da concepção do ambiente pelas empresas brasileiras. Desenvolveu-se, assim, uma revisão multiparadigmática, na busca de identificar distinções e legitimação de premissas das teorias ambientais. Realizou-se uma revisão da literatura sobre ambiente, a partir da qual se geraram indicadores para os principais pressupostos subjacentes às teorias existentes, originando um questionário estruturado fechado que foi aplicado a uma amostra de 60 empresas brasileiras. O dados foram submetidos a análise fatorial exploratória, revelando que há dois grupos distintos segundo os quais o ambiente é concebido. O primeiro é constituído por objetos realistas, caracterizando uma relação baseada no determinismo ambiental. O segundo é composto por objetos nominativos, estabelecendo uma relação baseada no voluntarismo ambiental. Essa tensão entre modelos opostos sugere a existência de contradições na práxis organizacional sobre a estratégia e o ambiente externo das organizações e, conseqüentemente, nas teorias, que refletem a práxis organizacional. |