| O estudo das relações entre variáveis macroeconômicas e o mercado de ações têm recebido cada vez mais atenção dos pesquisadores, principalmente após a crise financeira que assolou os mercados em 2008. Em momentos como este, muito se especula sobre como as ações de diversas empresas vão reagir frente às oscilações do mercado e a outras alterações no cenário macroeconômico, como mudanças na taxa de juros básica e variações na taxa de câmbio. O objetivo deste artigo é averiguar se ações de empresas de consumo reagem de forma distinta a mudanças na conjuntura econômica, e se investir em tais ações em momentos de cenário externo adverso pode ser uma saída para o investidor brasileiro. Com este objetivo, serão formadas duas carteiras, a primeira composta pelas principais empresas do setor de consumo voltadas para o mercado interno brasileiro, e a segunda formada pelas ações das empresas mais relevantes presentes na BM&FBovespa que não têm como principal objetivo atuar neste mercado. Posteriormente, o desempenho destes dois grupos é comparado mediante algumas variáveis macroeconômicas, incluindo um índice de estresse financeiro, o qual conjuga diversos aspectos econômicos e identifica momentos que demandam maior cautela do investidor; também é estimado um modelo CAPM, com dados segregados em antes e após a crise, com a intenção de captar a sensibilidade das carteiras a variações no mercado.
Foi constatado que, em situações de estresse financeiro, como a crise subprime, a carteira Consumo sofre menos oscilações e desvalorizações, além de ser menos sensível às variações do mercado. |
