| Mudanças na arquitetura organizacional promovem re-configurações na estrutura de poder e, consequentemente, nas relações de poder. Quando, em tais alterações, ocorre uma redistribuição de poder entre áreas vinculadas e interdependentes, os conflitos emergem como fenômeno social. Mudanças organizacionais promoveram alterações nas relações de poder entre duas áreas de uma instituição bancária, através de um processo de segregação de funções, culminando na separação estrutural e hierárquica da área de operações em relação à área comercial. A gestão antes exercida por apenas um gerente geral, conta agora com dois gestores, cada qual gerindo de forma autônoma sua respectiva área. Os dados obtidos indicam que os fenômenos relacionados ao poder, tais como descritos por Foucault, Bourdieu e Goffman, aparecem em todas as suas manifestações, seja pela negação para torná-los mais sutis e, portanto, mais aceitáveis, seja pela emergência de ritos que - mais do que cumprir uma função organizacional - exercem uma função simbólica. Os conflitos que emergiram evidenciaram as postulações de Handy quanto às suas causas principais (ideologia e território). O estudo assume relevância ao estabelecer a possibilidade de analisar a estrutura do poder sob diferentes ângulos, o que pode contribuir para a melhor compreensão deste fenômeno relacional no âmbito das organizações. |
