| A investigação e a mensuração a respeito do desempenho tecnológico de um país passam por indicadores que determinam a participação de cientistas e engenheiros na economia. Sobre essa questão, o Brasil vem enfrentando o temor de que a retomada do crescimento econômico, que ganhou força com o Plano Real, seja interrompida pela falta de mão-de-obra qualificada. A fim de aprofundar essa discussão, o objetivo do artigo consiste em analisar o comportamento do mercado de trabalho formal para engenheiros no Brasil. Trata-se de investigar se a participação dos profissionais de engenharia no emprego da economia brasileira foi alterada em decorrência das mudanças pelas quais passou a economia brasileira e a conseqüente reestruturação industrial pós anos 1990. Para tanto, analisamos três variáveis - setorial, ocupacional, salarial – da base de dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais)/MTE, para o período 1994 - 2006. Os resultados mostram que enquanto a indústria manteve a mesma estrutura ao longo de todo o período, a proporção de engenheiros no mercado de trabalho formal foi reduzida, constatação que afasta o temor imediato de um cenário de dificuldades no processo de desenvolvimento, já que a demanda por engenheiros não apresentou aceleração significativa. |
