| Surgindo após a Segunda Guerra Mundial, os processos de organização regional internacional (ORI) constituem-se como um fenômeno presente ao longo dos cinco continentes. Os países participantes deste tipo de projeto objetivam atingir certos níveis estipulados de integração econômica e política, para juntos, contraporem-se melhor à lógica global, mercantil e financeira do livre mercado e às novas demandas sociais e democráticas da sociedade civil.
Possivelmente, depois da UE, o Mercado Comum do Sul – Mercosul é a ORI que alcançou maior desenvolvimento e que apresenta o projeto de integração mais ambicioso. Pelo menos, no aspecto formal, é a única União Aduaneira que aspira à formação de um Mercado Comum.
Nesse contexto, é difícil não assinalar o bloco como um elemento importante no quesito político e econômico para os seus participantes. Ainda hoje, nas esferas domésticas, há uma série de debates sobre o seu papel.
Dessa forma, o Mercado Comum do Sul, desde a sua fundação, se transformou notavelmente em um objeto amplamente estudado academicamente.
Nesse trabalho, procura-se colocar o processo de estruturação do modelo político-organizacional do Mercosul a partir de preceitos do neo-institucionalismo organizacional, procurando mostrar como instituições informais e formais influenciaram o desenvolvimento desse modelo. Assim sendo, serão utilizados elementos dos estudos organizacionais, para análise em um ambiente prioritariamente político, baseando-se nas alegações de Beckert (2010), que relata não existir comprovações mínimas de que os mecanismos institucionais atuem em ambientes políticos-legais de forma diferenciada da dos ambientes organizacionais.
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