| Este artigo tem como objetivo analisar como são tomadas as decisões sobre a estrutura de capital no caso da CPFL Energia. Especificamente, o trabalho procurou identificar quem são os principais participantes deste processo e em que condições essas decisões são tomadas. A pesquisa se baseou na análise de informações coletadas através de uma entrevista com o Diretor de Finanças Corporativas da empresa. As informações foram separadas por categorias e o conteúdo foi analisado qualitativamente. Os resultados encontrados indicam que a empresa adota um modelo de tomada de decisão baseado em decisões programadas, feitas com a participação de uma Diretoria Colegiada, apresentando consistência com os pressupostos de Mintzberg (1973): uma organização é como um fluxo de processo decisório, interligados pelos diferentes papéis que os diversos participantes desempenham nas diversas etapas do processo decisório. Adicionalmente, verificou-se que as decisões são tomadas levando em consideração o custo e o prazo. De fato, a primeira opção é normalmente pelo uso do capital de terceiros, especialmente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que tem o menor custo de longo prazo do mercado, e complementada no mercado de capitais, via emissão de debêntures, e, por último, por meio de emissão de novas ações. Esta prática está de acordo com a Teoria de Pecking Order, na qual o gestor procura primeiramente as fontes de recursos com menores custos antes de recorrer às alternativas com custos maiores, estabelecendo uma hierarquia entre as fontes de capital. |