No Brasil, o desempenho de ações das ofertas iniciais de ações (IPO) tem sido pouco debatido. O objetivo deste artigo é analisar os retornos de curto prazo e os retornos de longo prazo das ações de companhias brasileiras que fizeram IPO no período entre 2004 e 2011. As conclusões do estudo relatam que o desempenho de curto prazo dos IPOs brasileiros é positiva, porém significativamente menor se comparada a vários países e ao próprio Brasil em décadas passadas, enquanto o desempenho de longo prazo dos IPOs é negativa, corroborando diversos estudos internacionais. Se analisados os retornos por ano, é possível observar que os retornos de curto prazo (1 dia) só foram positivos e estatisticamente diferentes de zero no período compreendido entre os anos de 2004 e 2006. No longo prazo (3 anos), os retornos foram negativos e estatisticamente diferentes de zero nos anos de 2006 e 2007, sendo que, no ano de 2007, quando ocorreu o recorde de lançamentos, os retornos já se tornam negativos e estatisticamente diferentes de zero a partir do período de 3 meses e se estendem até o último período analisado (3 anos). Adicionalmente, foi realizada uma análise de acordo com o segmento de listagem da BM&FBovespa em que as empresas emitiram ações (Novo Mercado, Nível II, Nível I e BDR). Os resultados mostraram maior underpricing em empresas do Nível II seguida do Novo Mercado. Com exceção do Nível II, o desempenho de longo prazo de todos os níveis foi negativo, sendo que, no período de três anos, o pior retorno foi o de BDRs seguido do Nível I e do Novo Mercado. |