Embora, haja evidências na literatura sobre a relação positiva entre a inovação e a competitividade, há uma carência de estudos que investigam este risco atrelado à estratégia de inovação, o que se constitui o principal objetivo do presente trabalho. Assim pretende-se verificar e quantificar a relação entre inovação e risco. Foram escolhidas duas empresas do setor de energia elétrica nacional (Cemig e CPFL).
Na Teoria de Finanças Moderna, a volatilidade apresenta-se como um elemento essencial a ser considerado na avaliação dos processos de precificação de ativos, tomadas de decisão financeira e no gerenciamento de riscos. A volatilidade é caracterizada pelas oscilações ocorridas no preço de um bem num determinado intervalo de tempo e quanto maior a oscilação do preço, maior a volatilidade deste mercado. Neste trabalho, a volatilidade será abordada a partir dos modelos da classe ARCH.
Uma das maiores questões estudadas nas abordagens teóricas da administração estratégica é a origem da vantagem competitiva das empresas, bem como qual o diferencial que permite que algumas empresas consigam criar ou explorar posições competitivas rentáveis e sustentáveis (BESANKO et al., 2006). Desta forma, a inovação emergiu como um fator crucial para a competitividade das empresas e das nações, rompendo com o modelo estático, dando a uma percepção de competitividade dinâmica (PORTER, 1995).
Os resultados mostraram que a inovação é responsável por gerar um incremento na volatilidade das ações. É importante ressaltar que os valores dos coeficientes da variável dummy foram baixos para a maioria das séries, porém a significância destes coeficientes denota os impactos exercidos por tais operações. De maneira geral, pode-se afirmar que a partir dos dados apresentados constatou-se que a inovação apresentou um impacto direto sobre a volatilidade das ações das empresas estudadas.
Devem ser ressaltadas as limitações deste trabalho, como o restrito número de observações decorrente do curto prazo de operação, o pequeno número de empresas utilizado e o caráter probabilístico dos resultados. Dessa forma, os resultados aqui obtidos, não têm a pretensão de esgotar os estudos dos impactos da inovação sobre a volatilidade, mas sim contribuir e recolocar em discussão um tema de crucial importância para o gerenciamento de riscos e tomada de decisão.
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