Esta pesquisa apresenta conceitos e resultados sobre os aspectos da cooperação tecnológica para inovação no setor industrial brasileiro, com base na Pesquisa de Inovação Tecnológica - PINTEC (2008). Assim, este estudo tem como principal desafio entender as relações de cooperação entre os agentes do SNI e o potencial inovador da indústria brasileira, visto que outros autores relatam carência de pesquisas acadêmicas sobre o tema, capazes de demonstrar suas vantagens.
A linha metodológica utilizada para condução desta pesquisa exploratória é a análise descritiva, ex post facto dos dados, apresentados em tabelas e figuras, com objetivo de explorar padrões de cooperação e inovação da indústria brasileira, a fim de elaborar um modelo estrutural de cooperação tecnológica. Os dados para análise dos resultados foram obtidos da PINTEC (2008), além de fontes secundárias tais como a CIS (2008) e o relatório do IPEA (2005), incluindo outras publicações complementares.
Os autores Fagerberg, Mowery e Verspagen (2009) e Fagerberg e Sapprasert (2011) relatam sobre o tema chamado de sistemas nacionais de inovação, desenvolvido na literatura pelos precursores Freeman (1987), Lundvall (1992) e Nelson (1993). A literatura define que a cooperação tecnológica estruturada em um SNI, enfrenta barreiras (SEGATTO e MENDES, 2006; FRITSCH e GRAF, 2011; MANZINI, 2012) além do SNI não abranger apenas empresas inovadoras, mas sim toda capacidade de inovação de um país.
Sendo assim, a cooperação entre empresas, universidades e outras fontes é necessária principalmente para o processo contínuo de aprimoramento, criando uma situação evolutiva quanto à produção de inovação. A PINTEC (2008) permitiu identificar que tanto em uma análise geral como setorizada, as empresas inseridas em arranjos cooperativos com foco no desenvolvimento de inovação apresentam um desempenho superior em comparação às que não participam de arranjos cooperativos.
Esta pesquisa procurou verificar a atual estrutura do SNI brasileiro e de que forma a cooperação tecnológica relaciona-se com a geração de inovação na indústria nacional. Constatou-se que a universidade, as políticas públicas de inovação e o interesse da inciativa privada em investir na geração de ciência e tecnologia são de extrema importância. A Figura 1, demonstra que nos demais países analisados, são apresentados elevados índices de arranjos cooperativos atuantes, diferentemente do Brasil.
|