O objetivo deste artigo foi descrever como se deu o processo de formação das comissões de cultura no Fórum Setorial de Cultura de Pernambuco a partir da análise das relações de poder entre os agentes.
O suporte teórico-metodológico que foi utilizado para este trabalho refere-se à Teoria dos Campos Sociais de Pierre Bourdieu. Apresentam-se conceitos centrais – tais como campo, espaço social, agentes, posições, habitus, capitais. A partir desses conceitos, fez-se uma análise interpretativa baseada na teoria hermenêutica. A coleta dos dados se deu a partir da observação e do registro feito no diário de campo ao mesmo tempo em que ocorriam as discussões nos fóruns.
Entende-se que a dinâmica organizacional do campo da cultura possa ser analisada a partir da análise das relações de poder existentes em uma situação particular desse campo, qual seja: o Fórum Setorial de Cultura de Pernambuco. Sobre os conceitos da teoria bourdieusiana, a noção de campo é importante para entender as relações entre os agentes, evidenciando os conflitos que surgiram diante das suas posições no momento da formação das comissões setoriais de cultura.
A Gestão Compartilhada nos fóruns apresentados mostrou que falta planejamento dos agentes para lutar por seus interesses. Fica evidente também que as regras do jogo ainda são ditadas pelo Estado, que é detentor máximo do poder simbólico dentro do campo. Houve, portanto, uma tentativa de decisão conjunta, mas as lutas pelo poder entre os atores não garantiram uma gestão compartilhada efetiva.
Acredita-se que esse trabalho possibilita contribuir teoricamente para os estudos no âmbito do Estado e da Sociedade, para que se possa refletir até que ponto a gestão compartilhada entre esses agentes efetivamente ocorre. As relações de poder, presentes em todas as esferas da vida, merecem destaque na análise de estudos sobre gestão compartilhada, já que com esse tipo de gestão pode-se identificar conflitos exteriorizados pelos agentes.
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