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Analisar, à luz da Teoria Política do Discurso, o organizar do Distrito de Ratones na resistência à proposta de plano diretor “participativo” da Prefeitura de Florianópolis. Identificar elementos que compuseram deslocamentos no contexto deste Distrito frente à referida proposta; analisar a constituição das lógicas de equivalência na organização da resistência; e investigar as práticas organizativas de resistência adotadas pelo Distrito, por meio dos deslocamentos e da lógica de equivalência.
É um estudo qualitativo, de enfoque ontológico construtivista e epistemológico interpretacionista. A população envolveu atores do Distrito envolvidos da construção do plano diretor participativo de Florianópolis e a amostra foi não probabilística, intencional, representada por 13 pessoas. Sem definição prévia de categorias, os dados foram obtidos por entrevista semiestruturada, observação direta e consulta a documentos organizacionais. Os dados foram analisados de forma categorial e documental.
Até as ditas novas teorias administrativas são ainda tributárias das antigas escolas da Administração (PAES DE PAULA, 2002). Diante dos limites de saberes circunscritos ao próprio campo da Administração, aproximações com outros saberes começam a acontecer. Spicer e Böhm (2006) chamam atenção para a dinâmica dos movimentos sociais como espaço para compreensão de novas práticas, sobretudo sob uma perspectiva macro-organizacional, e, assim, a TPD surge como ferramenta alternativa de análise.
Apesar da preocupação com planejamento, a maioria das práticas acontece de forma alternativa e baseada no improviso, o que nem sempre representou uma consolidação organizacional, já que mesmo não tendo sido abordados neste estudo enfaticamente, alguns deslizes e incidentes aconteceram. Uma exceção às práticas alternativas foi o excesso de responsabilidades do representante distrital, centralizando poder, embora não fosse sua intenção, como se vê por seu empenho em fomentar novas lideranças.
A Teoria Política do Discurso reconhece que os processos sociais são resultados de relações formadas por ações e agentes que não são essenciais uns aos outros e que proporcionam, simultaneamente, posições com as quais tais agentes podem se identificar. Poucos estudos brasileiros têm se voltado à análise da resistência sob este ângulo, e as peculiaridades deste estudo evidenciaram formas alternativas de organização, que divergem da concepção tradicionalista e teleológica.
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