RESUMO
Código: 348
Tema: Estrutura de Capital, Governança e Política de Dividendos

 

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Nível de Tributação e Estrutura de Capital: Evidências Com Incentivos Fiscais no Brasil
 

As organizações que se utilizam de incentivos fiscais, ao se defrontarem com menores alíquotas efetivas de imposto de renda, encontrariam menor estímulo para se alavancar. Assim, o objetivo da pesquisa consiste em investigar o ambiente de estrutura de capital das firmas sediadas nos Brasil, em face de diferenças no nível de endividamento entre as sociedades por ação de capital aberto beneficiadas por incentivos fiscais e as demais empresas não beneficiadas por incentivos fiscais.

A amostra composta pelas companhias de capital aberto registradas na CVM entre 1998 a 2011 foi analisada por meio da Análise de Regressão, estimada por efeitos fixos, na qual se buscou as relações existentes entre o nível de endividamento - segmentado em: Dívidas Totais, Dívidas em Instituições Públicas e Dívidas em Instituições Privadas - e a detenção de incentivos fiscais ou não, identificadas estas pelas sediadas no Nordeste e Norte, palco de incentivos fiscais declarados.

Segundo a teoria do Trade-off, à medida que uma empresa aumenta seu endividamento, aumenta o beneficio fiscal pela dedutibilidade dos juros para apuração de impostos, o que levaria os investidores a valorizarem mais a empresa; portanto, tal efeito fiscal incentivaria o endividamento da empresa. Testa-se se em decorrência de políticas de renúncias fiscais, com alíquotas de tributos forem reduzidas e benefício fiscal também reduzido, opta-se por capital próprio.

Os achados indicaram que o atributo Incentivo Fiscal apresentou significância estatística em dois dos modelos testados, com coeficientes positivos, contrários ao esperado de que maior incentivo incorresse em menor endividamento; deste modo não se corrobora teoria do Trade-off, parecendo que o incremento do fluxo de caixa decorrente de menores alíquotas efetivas de tributação esperadas no futuro induzem ao endividamento.

A pesquisa forneceu subsídios para ampliar a discussão sobre incentivos e subsídios no Brasil, onde há presença quase generalizada de intervenções governamentais sobre o assunto; a teoria do Trade-off é testada em ambiente diferente dos países desenvolvidos, nos quais a estrutura de intervenção estatal na economia – via impostos, subsídios e incentivos – é bastante contida. Por outro lado, discute-se a eficácia de incentivos cruzados (subsídios nas taxas de juros e redução da carga tributária).

 

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