|
Mudanças globais têm levado as empresas à internacionalização crescente de suas estratégias. Nesse sentido, o objetivo central deste trabalho é analisar, à luz das teorias da abordagem comportamental, o processo de internacionalização da empresa brasileira TOTVS, a qual atua no setor de software. Como objeto de estudo, a TOTVS ocupa a 1a posição entre as empresas de softwares aplicativos sediadas em países emergentes e a 6a posição no ranking dos fabricantes mundiais do setor.
Logo, este trabalho caracteriza-se pelo viés qualitativo, realizado por meio de um estudo de caso único que responde a cinco questões básicas do processo de internacionalização, de acordo com a estrutura teórica de Carneiro e Dib (2007): por que, o que, quando, onde e como as empresas internacionalizam suas atividades. A análise do caso se baseou em dados primários e secundários, como entrevista realizada in loco e informações no site da empresa na Internet.
A fim de sustentar a discussão, três pontos teóricos são tratados: a) teorias sobre internacionalização, com uma síntese sobre as principais abordagens e respectivas teorias; b) a abordagem comportamental de internacionalização, englobando as três teorias que a representam; e c) modelos de internacionalização de empresas, com destaque para a estrutura teórica utilizada. Além disso, o artigo aborda um breve panorama sobre a indústria de software nos cenários nacional e internacional.
Em suma, os movimentos de internacionalização realizados pela TOTVS combinam, em vários momentos, os pressupostos das teorias da abordagem comportamental, praticando ora o gradualismo preconizado originalmente pelo Modelo de Uppsala e ora o comportamento inovador, proativo e arriscado difundido mais recentemente pelo empreendedorismo internacional. Há, portanto, uma complementação das teorias comportamentalistas de internacionalização na explicação do caso em questão.
Nesse sentido, destacam-se: a) a expansão internacional da empresa a partir da necessidade de novos mercados, o que é sustentado pelo Modelo de Uppsala; b) o acompanhamento da internacionalização dos clientes do mercado doméstico, o que se subsidia na teoria de networks; e c) o empreendedorismo nato da empresa evidenciado pelo pioneirismo na abertura de capital e no uso de franquias como canal de distribuição, respaldado naturalmente pela teoria do empreendedorismo internacional.
|
