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Diante da importância dos conceitos de risco e suas implicações para os servidores públicos e demais ocupações o presente estudo está pautado nos seguintes objetivos: i) investigar a percepção e o comportamento de risco financeiro, ii) realizar um comparativo entre a percepção e comportamento de risco de servidores públicos e indivíduos que desempenham outras profissões e iii) identificar a influência das variáveis sociodemográficas nos fatores percepção e comportamento de risco.
Coleta de forma aleatória na cidade de Santa Maria - RS, em uma pesquisa survey com 1.292 indivíduos. A análise dos dados foi realizada através do software SPSS e Eviews. Realizou-se a estatística descritiva das questões de perfil e dos fatores percepção e comportamento de risco. Aplicaram-se testes de diferença de média (Student, Teste t) e análise de variância (ANOVA) e por fim, uma regressão linear múltipla, através do método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO).
Percepção de risco está relacionada com a expectativa de consequências negativas e comportamento de risco está associado, há investimentos ou ações, com probabilidade de implicações adversas. Neste âmbito levanta-se questões acerca do perfil de risco dos funcionários públicos: i) seriam mais tendentes ao risco por encontrarem-se em emprego fixo e deterem estabilidade financeiramente e ii) apresentariam percepções de risco mais elevadas por serem indivíduos conservadores e assim avessos ao risco.
Evidenciou-se percepção de risco elevada e comportamento de risco conservador. Não identificou-se diferenças de percepção ou comportamento de risco entre os funcionários públicos e as demais profissões. A regressão linear ratifica esse resultado, pois apenas os aspectos idade e renda apresentaram impacto na percepção de risco, sendo essa relação positiva e no fator comportamento de risco apenas as variáveis idade, escolaridade e estado civil foram significativas, todos com influência negativa.
Não há evidências favoráveis a qualquer um dos argumentos levantados inicialmente, ou seja, aparentemente o fato dos funcionários públicos possuírem renda garantida e estabilidade no emprego não são fatores atuantes na avaliação de risco. Entretanto, variáveis como idade, renda, escolaridade e estado civil, apresentam-se como mais significativos para determinação do perfil de risco. Assim, sugere-se que estudos futuros investiguem a efetiva influência dessas variáveis sobre o perfil de risco.
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