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A presente pesquisa tem como objetivos principais construir uma escala de alfabetização financeira e analisar a influência das variáveis socioeconômicas e demográficas. Uma hipótese central neste trabalho é a de indivíduos que durante sua formação profissional concluíram disciplinas relativas às Finanças, atinjam melhores desempenhos em indicadores de alfabetização financeira do que aqueles cuja educação formal não envolva tais disciplinas.
Foram aplicados questionários a 534 estudantes de graduação de universidades na região central do RS. Identificou-se o perfil dos respondentes e a alfabetização financeira foi formada pelos fatores conhecimento, comportamento e atitude financeira. Para a análise dos dados, utilizaram-se estatísticas descritivas e técnicas de análise multivariada, entre eles, testes de diferença de média (teste t), análise de variância (ANOVA) e análise de regressão linear múltipla, através do método MQO.
A alfabetização financeira, segundo a OCDE (2012), é uma combinação de consciência, conhecimento, habilidade, atitude e comportamento necessários para tomarem as decisões financeiras e, finalmente, alcançar o bem-estar financeiro individual. Porém, a medição da alfabetização financeira é uma questão complexa, mas diversos estudos têm buscado identificar uma associação entre os níveis de alfabetização financeira e variáveis socioeconômicas e demográficas.
Os resultados revelam que os estudantes apresentam um comportamento financeiro positivo, mas não satisfatório. Possuem atitudes financeiras adequadas, mas demonstram um nível insatisfatório de conhecimento financeiro, culminando em um grau mediano de alfabetização financeira, que é influenciada pelas variáveis formação, ocupação, gênero e renda. Onde os indivíduos do gênero masculino, detentores das maiores faixas de renda e com formação financeira são os que apresentaram os níveis mais elevados
O estudo é um dos pioneiros, em âmbito brasileiro, a avaliar o nível de alfabetização financeira dos estudantes universitários e a apresentar evidências de que mesmo os estudantes que possuem formação financeira, não apresentam níveis satisfatórios de alfabetização. Tal conclusão traz implicações ao ratificar a urgência e necessidade de serem desenvolvidas ações efetivas para minimizar o problema do analfabetismo financeiro. Estudos futuros podem ampliar a pesquisa visando outros públicos alvos.
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