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Trata-se de uma pesquisa qualitativa que pretendeu compreender como professores de uma universidade pública do estado de São Paulo desenvolvem suas competências gerenciais para atuarem como chefes de departamentos de ensino. A intenção foi analisar suas trajetórias a fim de discutir o que esses professores entendem por um chefe de departamento competente e quais conhecimentos mobilizam para a prática da sua função.
Conduziu-se um estudo qualitativo interpretativo básico, de abordagem interpretativista, cujas entrevistas semiestruturadas foram realizadas com seis chefes de departamento de ensino. As entrevistas foram categorizadas seguindo a estratégia de análise de dados qualitativos categorial adaptado de Flores (1994) de acordo com os componentes do modelo de desenvolvimento de competências de Sandberg (2000).
Competência, funcionalmente, é a habilidade de demonstrar desempenho superior numa determinada função e características ou habilidades do indivíduo que o permitem manifestar ações apropriadas para se conseguir um resultado específico. Interpretativamente, competências não são compreendidas só como conjunto de atributos que um indivíduo possui e o aplica no trabalho, mas são fruto do entendimento que ele dá ao seu trabalho, o que definirá suas competências.
A concepção dada ao trabalho pelos chefes de departamento é funcional. Os saberes teóricos limitam-se a conhecer legislações da Universidade. Os saberes práticos, como as rotinas administrativas, são, por vezes, delegadas aos funcionários administrativos enquanto que as competências para o saber-agir são desenvolvidas pela observação das ações de colegas, experiência em diversas funções anteriores e trajetória docente na Universidade. A motivação para a gestão universitária é somente financeira.
Este estudo leva-nos a perguntar se não caberia um olhar cuidadoso da universidade com a atuação e desenvolvimento deste professor-gestor sobrecarregado com cobranças e que tem a responsabilidade de garantir os resultados de sua equipe, já que muitas políticas de distribuição de recursos na universidade dependem da produção científica dos departamentos. Os resultados apontam para as implicações desta realidade que merece ser objeto de investigação e interesse pelos dirigentes universitários.
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