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O presente artigo objetiva analisar os agentes que pertencem ao campo da blogosfera política alternativa no contexto brasileiro e os principais recursos de poder que eles detêm. Para tal, escolheu-se analisar o Movimento dos Blogueiros Progressistas, iniciativa esta que possui como principal intuito o de influenciar na discussão sobre a democratização da mídia no Brasil e que possui como principais precursores jornalistas oriundos da mídia tradicional e militantes políticos.
A pesquisa constitui-se em trabalho de natureza qualitativa e de caráter descritivo-explicativo. A coleta de dados foi realizada a partir de entrevistas com agentes vinculados ao movimento, observação participante em eventos do campo e textos eletrônicos publicados em diferentes blogs e sites ligados ao movimento aqui analisados. A análise dos dados foi feita a partir do método de análise argumentativa, tendo como base teórica a perspectiva de campo conforme desenvolvida por Pierre Bourdieu.
Para Bourdieu, o objeto das ciências sociais não são os indivíduos, mas são eles que constituem o campo, e, portanto, não são puramente uma ilusão, mas “existem como agentes que são socialmente constituídos como ativos e que agem no campo pelo fato de possuírem as propriedades necessárias” (BOURDIEU, 1992, p.107). A posição que os agentes assumirão em um determinado campo dependerá dessas propriedades ou desses recursos de poder que Bourdieu atribui o nome de capitais.
Como principais resultados, verificou-se a existência de agentes individuais e organizacionais vinculados ao movimento, sendo que cada grupo de agentes detém tipos distintos de capitais que lhe conferem o exercício de poder nesse espaço. Entretanto, a principal referência do campo, que é o grupo de agentes-jornalistas, já detinha um considerável volume de capital simbólico que foi acumulado em outro campo quando o movimento foi criado, o que contribuiu para colocar este último em evidência.
No que diz respeito às suas principais contribuições, este estudo espera contribuir com a literatura que se propõe a investigar as organizações e o fenômeno do poderá. Além disso, poderá trazer elementos que ajudem a nortear os debates realizados pela sociedade civil com o intuito de se discutir a democratização da mídia no país, uma vez que a diversidade de informações é um direito ainda não conquistado em nosso contexto.
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