RESUMO
Código: 1031
Tema: Estruturação e reestruturação financeira

 

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Ofertas Públicas de Ações e A Crise Financeira de 2008
 

O mercado de ações brasileiro teve substancial aumento nas ofertas públicas de ações a partir de 2004. Até 2007, foram 152 ofertas públicas de ações, sendo 106 IPOs (Initial Public Offerings) e 46 follow-ons. A crise financeira afetou de forma significativa as ofertas públicas de ações no mundo e no Brasil. De 2009 a 2012, 80 companhias realizaram ofertas públicas de ações, representando uma queda de mais de 50% em relação ao período de quatro anos anterior à crise.

Verificar se existem diferenças significativas nas ofertas públicas de ações no Brasil realizadas entre 2004 e 2012, para o período pré (2004 a 2007) e pós-crise (2009 a 2012). Como objetivo secundário, foi comparada a proporção de ofertas públicas de ações em relação ao PIB e os desembolsos do BNDES em relação ao PIB, para verificar duas formas de financiamento das empresas no país e como se comportam ao longo do tempo.

Alguns autores elencam os motivos os quais levam as empresas a realizar IPOs, como Modigliani e Miller (1963), Scott (1976), Zingales (1995), Chemmanur e Fulghieri (1999), Mello e Parsons (2000), Maksimovic e Pichler (2001), Lucas e McDonald (1990), Choe, Masulis e Nanda (1995), Ritter e Welsh (2002). Outros trabalhos ressaltam a crise financeira de 2008, como Borça Junior e Torres Filho (2008) e Jara, Moreno e Tovar (2009).

Realizou-se um levantamento bibliográfico sobre ofertas públicas de ações e crises financeiras. Aplicou-se o teste de Mann-Whitney para comparar as variáveis (i) participação de estrangeiros e (ii) volume das ofertas nos períodos pré e pós-crise. Foi efetuada a análise descritiva dos dados para as relações BNDES e Ofertas Públicas em relação ao PIB.

Houve diferença significativa entre os períodos pré-crise e pós-crise para a participação de estrangeiros nas emissões, ocorrendo sua redução após a crise. O volume de ofertas não teve diferença significativa entre os dois períodos. Os desembolsos do BNDES foram maiores do que as ofertas públicas de ações em todos os anos da amostra, à exceção de 2007, porém ambas as estratégias de financiamento representam menos de 4,4% do PIB anual, em média.