RESUMO
Código: 106
Tema: Comportamento organizacional

 

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Quem Sou Eu e Qual É O Meu Trabalho?
 

O trabalho sofreu e sofre transformações na medida em que o homem tornou-se o sujeito social de hoje. Na sociedade contemporânea há um culto a tipos ideais de profissionais. Seguir determinados estereótipos e padrões são elementos fundamentais para manter o indivíduo competitivo e atraente para as empresas, segundo os jargões adotados no atual mundo do trabalho. A identidade social nem sempre está atrelada à identidade profissional do sujeito.

Para manterem-se atuantes no mundo do trabalho, o sujeito trabalhador, muitas vezes, necessita atuar como numa representação teatral (Goffman, 2004). No nosso artigo, nos propomos a refletir sobre as divergências entre as representações do eu no mundo do trabalho e suas identidades sociais. Nossa questão norteadora é: quem sou eu enquanto profissional? Assim, nosso trabalho objetivou refletir sobre as incongruências entre os estereótipos das profissões e as identidades sociais.

A lógica do capitalismo flexível tem mudado o significado do trabalho. Ela censura as formas rígidas de burocracia e da rotina e exige dos trabalhadores agilidade (Sennett, 2008). Diante do exposto, o nosso artigo está estruturado com três subtemas que compõem o referencial teórico que nos apoiam a compreender nossas narrativas: transformações do mundo do trabalho, reflexões sobre identidade social e profissional e, por último, a representação do eu na vida profissional.

Com uma abordagem qualitativa, o nosso trabalho teve como objetivo analisar as representações do eu no mundo do trabalho. Para tanto, realizamos quatorze entrevistas não estruturadas com diferentes profissionais durante o período de março até maio de 2013. Cada entrevista teve, em média, 50 minutos de duração. Como gostaríamos de entender a percepção do profissional, ou seja, dar voz aos sujeitos, a entrevista pareceu ser o método de coleta de dados mais adequado do que a observação.

Nessa sessão apresentamos a narrativa que demonstra as divergências entre a representação do trabalhador com sua realidade pessoal. As histórias de Marina, Antônia ou Antonella, Mário Fernandes, Juliana ou Monalisa, Carina e Léo ilustram o força dos estereótipos de algumas profissões e a necessidade de adaptação dos trabalhadores nas mesmas. Entre tantas outras contradições do capitalismo contemporâneo, nossas identidades são constantemente ressignificadas pelo mundo do trabalho flexível.