RESUMO
Código: 1060
Tema: Governança Corporativa

 

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Conselheiros de Administração no Brasil: Um Estudo Empírico Sobre Suas Prioridades Axiológicas e Orientação A Stakeholders
 

O objetivo deste artigo é contribuir para a descrição da hierarquia de valores dos conselheiros de administração no Brasil e correlacionar tais prioridades axiológicas com os dois sistemas de governança conhecidos como stakeholder-oriented e shareholder-oriented. A associação dos temas Valores Individuais e Conselhos de Administração é relevante, pois se desconhece o perfil dos conselheiros brasileiros em um contexto em que a importância de tais profissionais cresce no país.

Por meio de uma relativamente extensa coleta de dados, objetivou-se analisar as diferenças entre as prioridades axiológicas dos conselheiros de administração no Brasil quanto ao perfil de suas empresas e níveis de governança e testar a hipótese de que os conselheiros de empresas listadas em índices de sustentabilidade teriam valores pessoais mais orientados a elementos tais como universalismo e benevolência e menos ao hedonismo e poder presentes no inventário de valores de Schwartz.

A maioria dos autores aponta o papel dos Conselhos de Administração como instrumento central em Governança. Por outro lado, o arcabouço teórico em Comportamento Organizacional tem enfatizado a temática dos valores como conceito nuclear para a compreensão das ações e decisões tomadas por indivíduos. A conexão entre tais eixos conceituais configura-se, contudo, como uma lacuna.

É neste espaço que o artigo se posiciona ao empreender uma investigação empírica dos valores individuais no contexto dos conselheiros do Brasil. O trabalho configura-se como exploratório e quantitativo. Empreendeu-se uma enquete por meio de um questionário de autopreenchimento utilizando-se o inventário de 60 questões de Schwartz adaptado e validado ao Brasil em uma amostra relativamente extensa (121 indivíduos).

A amostra coletada somou 121 membros de conselhos de administração sendo que 22,3 % atuam no novo mercado, 27,3% no mercado tradicional e 31,4% têm suas empresas no índice ISE. A confiabilidade e validade dos dados foi garantida por meio da credibilidade do IBGC e da utilização de um questionário testado pelos autores e também diversas vezes validado por outros pesquisadores. Análises estatísticas descritivas foram utilizadas como métodos de análise.