RESUMO
Código: 1079
Tema: Responsabilidade Social Corporativa (RSC)

 

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Princípios Doutrinários e Constituição de Capital em Cooperativas: A Trajetória de Uma Empresa Social de Minas Gerais Na Perspectiva da Gestão
 

As Empresas Sociais organizadas sob a forma de cooperativas, pelos princípios doutrinários que as diferem das empresas tradicionais, visam minimizar as desigualdades sociais em bases sustentáveis. O trabalho consistiu em acompanhar uma cooperativa, por 10 anos, no que se relaciona a constituição de seu patrimônio. Este texto aborda, principalmente, o aspecto financeiro do capital a que se refere, embora, a formação do patrimônio intangível da cooperativa também seja considerado.

O patrimônio principal das pessoas que investem na formação de cooperativas é à força de trabalho, por isto, constituir o seu capital financeiro não é fácil. Então, o objetivo do trabalho foi identificar as implicações da participação, ou não, dos associados na gestão empresarial no que se relaciona a constituição de seu patrimônio. De forma específica, objetivou-se analisar também os meios utilizados para formar o seu patrimônio e a intensidade com que os associados participaram de sua gestão.

A revisão mostrou que o investimento em empreendimentos sociais melhora a qualidade de vida das pessoas (ABRAMOVAY, 2012; COMINI e TEODÓSIO, 2012). A cooperativa é uma empresa social que visa à sustentabilidade, gera emprego e renda e apresenta trajetória ascendente no Brasil (SAMPAIO et al, 2012; ALVES et al.,2012). Porém, este modelo está vulnerável a ações oportunistas, apresenta dificuldades para constituir seu patrimônio e sua gestão é complexa (SIMIONI et al, 2009; LAZZARINI et al, 1999).

A pesquisa foi delineada pela Observação Participante, os dados foram coletados em documentos impressos ou digitais, vídeos e gravações. O seu campo, de 2002 a 2012, foi uma cooperativa sediada na RMBH. A principal técnica usada foi a Análise de Conteúdo. A pesquisa foi classificada como qualitativa, embora, tenha se utilizado também variáveis quantitativas. Para responder a pergunta principal, focou-se na análise temática com uso de sentenças, frases ou parágrafos como unidades amostrais.

Os resultados mostraram que a cooperativa foi capaz de constituir o seu patrimônio tangível e, principalmente, intangível. Mostram também que não houve participação efetiva dos cooperados no processo de gestão. Em função do patrimônio, a ausência dos cooperados na administração facilitou o surgimento do autoritarismo combinado com o oportunismo, o que convergiu para o fim da cooperativa em prol do benefício financeiro de um grupo.