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Este artigo estuda a relação entre valores individuais e orientação a stakeholders ou shareholders em uma amostra contendo 308 gerentes. Adams et al. (2010) apontam para as prioridades axiológicas como explicativas da propensão à decidir em favor de públicos financeiros ou stakeholders em circunstâncias em que ocorra tal dicotomia.
Embora a visão dos stakeholders tenha ocupado espaço significativo no corpo teórico, poucos estudos enfatizam, neste contexto, o âmbito das decisões individuais e dos valores humanos; a maioria dos estudos trata o tema na dimensão organizacional. O problema de pesquisa deste artigo é “Quais as associações entre as prioridades axiológicas – medidas pelo inventário de Schwartz (1992) - de gerentes de empresas brasileiros e sua orientação a stakeholders ou shareholders?”
Objetiva-se estudar os fatores individuais e culturais que permeiam a polêmica questão acerca de que públicos os executivos “servem” em suas decisões. Secundariamente, almeja-se comparar os resultados desta questão com estudo semelhante conduzido em país de cultura diversa da brasileira (ADAMS et al., 2010).
A literatura sobre Gestão de Stakeholders intensificou-se após a publicação de Freeman (1984). Desde então, diversos aspectos organizacionais e estratégicos foram tratados sob esta ótica. São exemplos: análise da preponderância entre os stakeholders (teoria da saliência) e estudos acerca das relações entre gerenciamento de stakeholders e desempenho. Poucas contribuições, porém, avaliam a dimensão dos valores humanos neste contexto.
Apesar de tal lacuna, as decisões organizacionais são claramente marcadas pelos valores e visões de mundo dos decisores. O estudo possui características exploratórias e descritivas, pois confere magnitudes que explicam, preliminarmente, um certo fenômeno. Empreendeu-se uma enquete com questionário de autopreenchimento com (i) o inventário de valores de Schwartz e (ii) situações dilemáticas adaptadas de Adams et al. (2010).
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