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A despeito da representatividade na população brasileira, da dificuldade em agir como consumidoras e do desinteresse dos acadêmicos em estudá-los, os deficientes visuais atuam em diversos setores empresariais e contratam diferentes prestadoras de serviços, como as IES. Ao entender que determinados grupos de pessoas são vulneráveis em situações de consumo, espera-se que profissionais e pesquisadores de marketing assegurem que tais consumidores não sejam explorados na interação mercado-consumidor.
O estudo apresenta a seguinte problemática: como os alunos com deficiência visual percebem os serviços que lhes são prestados pelos funcionários de secretaria e dos professores durante encontros presenciais em Instituições de Ensino Superior (IES)? Nesse sentido, objetiva-se compreender a percepção dos alunos com deficiência visual sobre os serviços que lhes são prestados pelos funcionários de secretaria e dos professores durante encontros presenciais em IES.
A exploração de indivíduos vulneráveis enquanto consumidores é questionada pela Vulnerabilidade do Consumidor, linha de pesquisa vinculada à disciplina de Marketing e Sociedade. A partir do entendimento de que deficientes visuais são consumidores vulneráveis, espera-se que as IES mantenham a equidade nas relações de troca e a qualidade nos encontros de serviços. Desse modo, a discussão sobre os serviços educacionais nas IES e a Educação Inclusiva é essencial para a gestão educacional no Brasil.
Através de um abordagem qualitativa, realizou-se 10 entrevistas semiestruturadas face-a-face com estudantes de IES públicas e particulares de João Pessoa que possuem perda total ou parcial da visão. Os dados foram coletados através da Técnica do Incidente Crítico e interpretados por meio da análise de conteúdo. A definição dos sujeitos de pesquisa foi feita por conveniência - facilitada pelo contato prévio com uma ONG - e as entrevistas foram gravadas em meio digital e transcritas na íntegra.
Concluiu-se que a construção da percepção desfavorável sobre os serviços dos funcionários de secretaria e dos professores nas universidades ocorre devido à estigmatização e ao preconceito dos colaboradores das IES, principalmente dos professores. A partir da identificação das ações inclusivas das IES e dos incidentes críticos, evidenciou-se que o processo de inclusão escolar das IES públicas encontra-se mais avançado em relação às universidades particulares, embora ambas possuam diversas falhas.
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