RESUMO
Código: 141
Tema: Governança e dividendos

 

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Um Estudo Sobre A Concentração de Controle Acionário e As Decisões de Estrutura de Capital das Empresas Abertas Brasileiras
 

Os estudos de governança corporativa identificam que os credores já consideram no custo de capital a influência da concentração de capital nas decisões financeiras das empresas. Além disso, evidenciam que as empresas que possuem concentração de capital nas mãos de um único dono possuem características específicas que trazem decisões não aliadas às teorias clássicas de finanças (Demsetz, 1983; Morck et al., 2000; Shleifer e Vishny; 1997).

A questão de pesquisa deste artigo é: Existe diferença na estrutura de capital entre empresas com controle concentrado, influência significativa ou controle disperso nas empresas listadas na Bovespa? O objetivo geral é identificar diferenças no endividamento de empresas que possuem controle concentrado, influência significativa e controle disperso.

Estudos como os de Chafic e Younes (2012) identificaram relações causais entre o tipo de CEO e o endividamento da empresa em uma amostra de empresas abertas nos Estados Unidos. No Brasil, o estudo de Procianoy e Schnorrenberger (2004) mostrou que as empresas que possuíam acionistas controladores se mostravam mais avessas ao endividamento. Soares e Kloeckner (2008) desenvolveu estudos em que mostram que, em determinadas situações, as empresas com controlador definido podem ter menos dívida.

A população estudada foram as empresas listadas na BMF&Bovespa no ano de 2010 e a amostra final constituiu-se de 356 empresas. Foram analisados 6 (seis) anos (de 2004 a 2009), num total de 2136 observações. Foram testadas as variáveis de endividamento relacionadas com concentração de controle (acima de 50% das ações ordinárias) e influência significativa (empresas com acionistas que possuem entre 20% e 50% das ações ordinárias) no comando da empresa.

Existe relação entre empresas de controle concentrado e endividamento da empresa, portanto não se rejeita H1. Essa relação se mostrou positiva e significante (no nível de 10%) para o endividamento total e de curto prazo. É possível observar que, na amostra estudada, existe relação entre influência significativa e o endividamento da empresa, portanto não se rejeita H2.