RESUMO
Código: 191
Tema: Estratégia Corporativa e de Stakeholders

 

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Stakeholders Não-humanos: Abrangência e Aplicabilidade
 

O termo Stakeholder ganhou ampla aceitação, com aplicação em diferentes frentes e teorias. Em meio à popularização e críticas sobre a teoria e importância de questões relacionadas à sustentabilidade na agenda estratégica das organizações, emerge a discussão para que o conceito represente um conjunto mais heterogêneo de grupos e perspectivas e, dessa forma, ampliar a perspectiva exclusivamente antropocêntrica da teoria, incorporando elementos não humanos como o meio ambiente.

Este estudo tem como principal objetivo verificar como vem sendo utilizado e defendido o termo Stakeholder relacionado a elementos não-humanos, analisando sua abrangência e abordagem. Deste objetivo principal derivam-se os secundários: (1) verificar quais seriam estes Non-human Stakeholders referenciados na literatura; (2) observar como este conceito e terminologia tem evoluído ao longo do tempo; e (3) discutir as implicações deste tipo de classificação.

A evolução da teoria de stakeholders levou a diferentes visões e pontos de discussão, como sua abrangência, bem como bastante aderência em movimentos ligados à sustentabilidade e performance social corporativa. Pautados na interpretação e abrangência dessas teorias, autores trazem à tona a defesa da inclusão de stakeholders não-humanos. Starik (1995) é um dos primeiros autores a cunhar este termo, defendendo a inclusão de elementos não-humanos, uma vez que são afetados e afetam a organização.

O presente estudo apresenta natureza exploratória, uma vez que se apresenta escassez de estudos anteriores discutindo o assunto, e descritiva, ao propor a discussão do uso de um termo. A elaboração do estudo aconteceu em duas etapas, um levantamento bibliográfico seguido de uma análise do conteúdo. Foram selecionados 21 artigos para análise tendo como critério aqueles que traziam a temática dos stakeholders não-humanos como tema central ou relevante no entendimento da teoria.

A discussão dos stakeholders não-humanos ainda não apresenta uma denominação comum e se concentra no meio ambiente, salvo raras exceções. Foram analisados 5 artigos contrários e 16 favoráveis, com o mapeamento dos argumentos principais de cada vertente. É interessante notar que alguns autores e conceitos são utilizados como argumentos para as duas posições. Os questionamentos centrais referem-se ao caráter estritamente antropocêntrico, obrigação moral, dimensões e propósito da teoria.