RESUMO
Código: 196
Tema: Simbolismos, Culturas e Identidades Organizacionais

 

Abrir
Arquivo

 
O Saber Profissional do Feirante
 

Ao longo da história, as feiras desenvolveram-se e aprimoraram-se, passando a ocupar um papel relevante na construção das cidades e respectivas consolidações econômicas, históricas, sociais e culturais. Não obstante, feiras e seus atores sociais, os feirantes, são objetos de estudo negligenciados no campo dos estudos organizacionais. Além disso, a escassez de pesquisas sobre o processo de socialização dos feirantes constituiu-se numa lacuna do conhecimento, o que motivou o presente estudo.

Sendo assim, questiona-se sobre como ocorre o processo de socialização dos feirantes, donos de barracas, da feira livre de Campina Grande, Paraíba. Quanto ao objetivo principal busca-se entender como os feirantes, aprendem a ser feirantes. Já, os objetivos específicos são: -Verificar o significado ou importância que os feirantes atribuem a esta profissão; -Identificar às maneiras como os feirantes relacionam-se com os fregueses; - Analisar às formas de divulgação e vendas de produtos.

Ao longo da revisão bibliográfica, abordam-se a origem e desenvolvimento das feiras livres (GOMES, SILVA, SANTOS et al. 2013; SALES e REZENDE, 2011; CAVEDON, 2002; SÁ,2010), destacando a feira livre de Campina Grande e respectivas características e peculiaridades (CARDOSO E MAIA, 2010). Além disso, apresentam-se a socialização como aprendizagem de um grupo profissional (VAN MAANEN e SCHEIN, 1979; DUBAR, 2005) e o significado do trabalho para o feirante (SOUZA e TOLFO, 2009; MUCHINSKY, 2004).

Realizou-se um estudo exploratório-descritivo, teórico-empírico e qualitativo, mediante entrevistas semi estruturadas, aplicadas à quinze feirantes, de ambos os sexos e nível de escolaridade variado, donos de barracas diversificadas na feira central de Campina Grande,PB.Os sujeitos foram abordados na feira livre e convidados a participarem deste estudo.Com à anuência deles, as entrevistas foram gravadas. Após transcrevê-las e ler várias vezes, procedeu-se a análise de conteúdo (BARDIN,2011).

A maioria dos entrevistados não escolheu ser feirante, herdou essa atividade da família. Aprenderam a profissão vendo os pais negociarem. Consideram uma forma digna, honesta e honrosa de sobrevivência, que favorece autonomia e rentabilidade. Relacionam-se com os fregueses de maneira transparente, buscando desenvolver a confiança. Na divulgação e venda dos produtos, investem na maneira de expor a mercadoria, na qualidade dos produtos, na organização,limpeza e nos relacionamentos com os clientes.