RESUMO
Código: 270
Tema: Estruturação e reestruturação financeira

 

Abrir
Arquivo

 
Ações Primárias Geram Retorno Acima da Média? Evidencias de Retornos Anormais no Mercado de Capitais Brasileiro
 

A abertura de capital no mercado primário traz algumas vantagens para as empresas. Os recursos levantados pelas empresas advêm dos novos acionistas, que esperam um retorno do capital investido acima do seu custo de oportunidade, entretanto estudos empíricos tem demonstrado que o desempenho das ações de empresas que abrem seu capital na bolsa de valores é inferior ao de empresas com atividade semelhante com maior tempo de ações negociadas (RITTER; WELCH, 2002; SILVA; FAMÁ, 2011).

O artigo se pautará em responder a seguinte questão de pesquisa: Os retornos anormais de emissões primárias tem comportamento distinto com o decorrer do tempo? O estudo tem por objetivo analisar as empresas brasileiras que realizaram ofertas primárias de ações no período mais recente de crescimento da economia brasileira para identificar se existe diferença entre os retornos anormais de curto, médio e longo prazo.

As emissões de ações são vistas por investidores como uma possibilidade de se auferir lucros acima da média, que podem vir por meio do deságio ou por reações do mercado que destoam da normalidade. Retornos para emissões de ações podem sofrer forte flutuação em curto período de tempo logo após a emissão destes ativos e varia de acordo com o tempo, principalmente em mercados aquecidos, como destacam Lowry, Officer e Schwert (2010).

Para estudar a existência e magnitude dos retornos anormais nas emissões primárias de ações no mercado brasileiro foi utilizada a métrica de retorno cumulativo, calculado de forma diária. Os retornos foram ajustados pelo benchmark Ibovespa, principal índice de ações da BMF&Bovespa. A metodologia é similar à proposta por Ritter (1991), que estudou o período de retorno de 1 dia e de três anos, entretanto os intervalos de análise foram expandidos para incluir períodos intermediários.

Os resultados encontrados para as emissões primárias de ações no mercado brasileiro no período de 2005 a 2013 mostram que estatisticamente não se pode dizer que os resultados variam entre o curto e o médio/longo prazo, por meio do teste de Kruskal-Wallis. Entretanto há de se ressaltar que o Teste T mostrou diferença entre as médias do período de 0 a 30 dias e 90 e 180 dias, o que indica certa diferença estatística entre os períodos, relatando uma queda no retorno entre os períodos.