Abrir
Arquivo

A logística no Brasil é um setor que, nos últimos anos, tem tido um grande destaque em decorrência dos problemas a ele relacionados: a falta de infraestrutura somada à inexistência de bons mecanismos regulatórios no país fazem com que os custos logísticos tomem proporções maiores. Lei do motorista é um marco na tentativa de uma maior regulamentação. O conhecimento dos detalhes das transações da contratação do serviço de transporte é importante para o maior entendimento do porque a lei não pegou.

O presente trabalho tem como objetivo central analisar as transações existentes no processo de contratação do serviço de transporte rodoviário de açúcar no Brasil, sob a ótica da Economia dos Custos de Transação (ECT), bem como os mecanismos de governança observados na contratação desse serviço.

A Nova Economia Institucional (NEI) explora o fato de que o preço não é a única variável relacionada ao entendimento da dinâmica e organização dos mercados. As características das transações entre os agentes, estudadas pela Economia dos Custos de Transação (ECT), são indutores dos mecanismos de governança adotados pelas organizações (ZYLBERSZTAJN, 1995). Zylbersztajn (1995) ainda ressalta que a visão detalhada das transações gera informações fundamentais para o processo de decisão estratégica.

Como metodologia, optou-se pela execução de uma pesquisa exploratória sobre a temática em questão, juntamente com a realização de entrevistas pessoais semiestruturadas com alguns agentes do setor, sob à luz das teorias da Economia dos Custos de Transação (ECT) apresentadas por Williamson. No total foram entrevistados 9 agentes do mercado, sendo eles: 5 empresas transportadoras; 4 usinas produtoras e exportadoras de açúcar; 1 operador logístico.

Usinas não contratam os motoristas diretamente para a realização do transporte – as transportadoras são agentes intermediários. A existência desse agente está relacionada aos custos de monitoramento. Existência de três tipos de organização nas empresas transportadoras: frotistas, mistas e agenciadoras. O caminhão é um ativo de baixa especificidade, e por isso não há uma tendência de integração do serviço de transporte por parte das usinas.