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Na tentativa de conhecer o homem, interpretando seus atos e suas falas por meio de informações colhidas diretamente do seu local de origem, recorreu-se à Antropologia, ou melhor, ao olhar Antropológico nos estudos organizacionais. O diálogo interdisciplinar entre Administração e Antropologia, tem disseminando suas ideias e métodos pelas mais diversas áreas dos estudos organizacionais. No Brasil, o maior volume de produção se concentra nas áreas da Cultura Organizacional e Marketing.
A antropologia do consumo despende de todo seu tempo e dedicação para realmente entender como e porque os clientes usam determinados produtos. Assim sendo, propósito deste trabalho foi responder a seguinte questão: como se manifestam as representações simbólicas dos consumidores de produtos de recém-nascidos da feira hippie de Goiânia-GO? O objetivo da pesquisa foi interpretar as manifestações simbólicas identificadas durante o processo de constituição do enxoval de recém-nascidos.
A revisão da literatura abrangeu a discussão da interdisciplinaridade, envolvendo ciências sociais e as ciências sociais aplicadas, culminando na utilização e evolução da antropologia do consumo e também nos significados do ato de consumir, aprofundando-se, ainda, na utilização da etnografia em um contexto mercadológico. Nesse sentido, ressalta-se a sua contribuição para o diálogo acadêmico, o que atesta a importância teórica deste trabalho. Foi possível verificar o crescente interesse do tema.
Utilizou-se a etnografia como procedimento de coleta dos dados. Buscando a adaptabilidade da postura antropológica a um contexto comercial, recorreu-se, então, aos trabalhos de Elliott e Jankel-Elliott (2003), Mariampolski (2006) e Sunderland e Denny (2007). A essa adaptação, Elliott e Jankel-Elliott (2003) deram o nome de quasi-ethnography ou commercial ethnograph. A análise qualitativa do conteúdo de informação textual e respectiva categorização foram inspiradas na abordagem de Flores (1994).
As informações descritas e analisadas resultaram em três vertentes de análise: 1) dinâmica da Feira; 2) histórias dos corredores; 3) papel dos indivíduos no processo. Na primeira vertente observa-se como o ambiente físico, por meio da sua disposição espacial, interfere no comportamento dos consumidores do local. Na segunda foram abordadas as questões simbólicas na interação entre os agentes. Na terceira, foi possível identificar a distinção das tarefas realizadas por cada pessoa no processo.
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