RESUMO
Código: 397
Tema: Técnicas de investimento

 

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Integração de Mercados Financeiros e As Possibilidades de Diversificação Internacional em Períodos de Crise e de Estabilidade
 

A efetividade da diversificação internacional está relacionada como o nível de integração entre os mercados financeiros. Apesar de essa integração aumentar as possibilidades de investimentos, ela pode aumentar a correlação entre os ativos desses mercados, diminuindo a capacidade de a combinação de ativos entre mercados internacionais ser eficiente em reduzir o risco sistemático da carteira. Esse efeito pode ser diferente em ambientes de crises financeiras, por afetarem as relações dos mercados.

O objetivo desse trabalho foi investigar a possibilidade de diversificação internacional em períodos de crise e de estabilidade, através da análise da cointegração entre os índices Ibovespa e S&P 500, buscando relações de curto e de longo prazo entre os mercados brasileiro e estadunidense. Estudar essas relações é importante para uma análise da eficiência da combinação de ativos desses dois mercados em uma carteira, e como o ambiente econômica afeta essa eficiência.

A diversificação internacional pode ser uma estratégia de investimentos eficiente, nos termos da Teoria do Portfólio (Markowitz, 1952), dependendo das relações entre os mercados de interesse. Durante períodos de crises financeiras, o comovimento dos preços de ativos de mercados internacionais aumenta (Corsetti et al, 2005), os choques se propagam pelo efeito contágio (Longstaff, 2010), alterando as relações de dependência entre os mercados, e consequentemente, as correlações entre seus ativos.

Foram estimados modelos multivariados de séries de tempo para os índices Ibovespa e S&P 500, divididos em subperíodos, para investigar suas relações de curto e de longo para os períodos de crises e de estabilidade. Foram analisadas a estacionariedade e a ordem de integração das séries e, em seguida, buscou-se a existência de vetores de cointegração, para exprimir as relações de curto prazo em um modelo de séries de tempo e as de longo prazo em um modelo de correção de erros (MCE).

A análise mostrou que a relação de longo prazo entre os dois índices só se mantém nos períodos de crises financeiras, de modo que a diversificação internacional pode perder eficiência, tanto no curto quanto no longo prazo, nesses períodos, possivelmente devido a um efeito contágio. Já nos períodos de estabilidade, a diversificação internacional pode ainda ser eficiente, quando mantida por períodos mais longos, já que a dependência dos índices é apenas para o curto prazo.