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Desde o final da década de 1970, o mundo ocidental industrializado presencia o desmonte do fordismo, a ideologia neoliberal foi disseminada defendendo relações de trabalho mais flexíveis e políticas voltadas para o mercado. Nos bancos experimenta-se, ao longo das quatro últimas décadas, significativas mudanças técnicas, estratégicas e organizacionais responsáveis por uma redução drástica do nível de emprego e por processos de intensificação do trabalho dos trabalhadores remanescentes.
A problemática envolve mudanças organizacionais e nas estratégias de gestão de pessoas amplamente individualizada e competitiva. As políticas patronais têm alimentado a tendência a uma maior privatização e individualização dos contratos de trabalho (regimes de emprego, formas de compensação), com o consequente enfraquecimento da negociação coletiva. Este artigo objetiva analisar os impactos das novas políticas de gestão sobre os trabalhadores de bancos privados brasileiros.
As empresas reestruturadas, mais horizontalizadas, enxutas, flexíveis, passam a fazer uso multifuncional do trabalhador, eliminando o tempo de trabalho pago e não apropriado. A automação bancária vem atrelada a uma política de recursos humanos mais agressiva, que busca motivar o trabalhador por meio de incentivos financeiros e distinções de status, a meritocracia torna-se central nos bancos privados, levando a um cenário de insegurança nos ganhos e distanciamento da categoria na luta sindical
Seguiu-se uma metodologia de cunho qualitativo, as informações foram levantadas por meio de entrevistas em profundidade com 26 trabalhadores (de gerentes a estagiários). Os entrevistados tinham entre 24 e 45 anos, 11 deles, mulheres. Informações secundárias foram coletadas através de análise documental de informes da FEBRABAN e de jornais da categoria produzidos pelo sindicato local, na jurisdição das cidades de Campina Grande e de João Pessoa - Paraíba, onde as entrevistas foram realizadas.
A automatização do processo de trabalho tem aumentado o volume e o ritmo de trabalho, exigindo extensão da jornada. Atender com qualidade não é apenas uma questão de gentileza e hospitalidade, mas, sobretudo, de velocidade e racionalização. As promoções de cargo estão condicionadas a metas de qualificação e de produção, há coação e intensificação contradizendo ideais de qualidade. A remuneração variável ilustra a política do mérito, sendo esta o principal mecanismo de expropriação e dominação.
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