Empresas que atuam no âmbito multinacional, seja por fusão ou incorporação, sofrem influência direta da cultura organizacional, ao se deparar com as crenças e costumes previamente estabelecidos pelos membros das novas organizações. A cultura organizacional pode ser manifestada por resistência a mudanças, estas resultantes das crenças, dos mitos e dos tabus que em muitas vezes se encontram enraizados nas empresas.
Como a cultura nacional influencia a adoção de práticas de controle gerencial em uma empresa binacional? Portanto o objetivo da presente pesquisa é verificar o modo que a cultura (fatores culturais) de cada país influencia a adoção de práticas de controle gerencial em uma empresa binacional, identificando se há sobreposição de uma cultura com relação à outra ou se há a construção de uma cultura própria.
Para Hofstede (1997) o sistema de controle gerencial deve ser fundamentado em grupos quase independentes, estes direcionados a busca do autocontrole, ajustando-se às diferentes necessidades empresariais. Este modelo passa a valorizar (1) os objetivos das pessoas, com possibilidade de coalizão com os propósitos empresariais; (2) a negociação, como diretriz do sistema; e (3) a correção dos erros ao longo do processo.
Pesquisa de caráter exploratório realizada por meio de estudo de caso único, a abordagem metodológica adotada foi a perspectiva interpretativista. A empresa selecionada para o estudo foi a Itaipu Binacional, por permitir a constatação da influência de duas culturas distintas nas práticas de controle gerencial. Como fonte primária de evidências, empregou-se entrevistas pessoais, em profundidade. A análise dos dados da pesquisa deu-se pelo método de análise de conteúdo.
A distância do poder é alta, ou seja, do ponto de vista do controle gerencial, isso significa uma grande centralização do poder e das tomadas de decisão nas organizações. Outra característica da organização, é a masculinidade pois os valores materiais são sobrepostos aos da qualidade de vida. Observa-se características do individualismo, pois o tempo pessoal, a liberdade são anseios que prevalecem, em detrimento a condições de trabalho aspectos que podem beneficiar toda a organização.
|