No Brasil, vendedores de rua vêm desenvolvendo em mercados informais estratégias de marketing não-convencionais, com características de intuição, improviso e ilegalidade. Admiravelmente, essas estratégias de comercialização têm dado bons resultados de vendas, pondo em evidência a questão: Que tipo de marketing é esse, que não está nos handbooks de marketing e é negligenciado pelos principais autores da área?
Sheth (2011) discute que abordagens tradicionais do marketing não tem dado conta de explicar as estratégias utilizadas em mercados informais. Assim, o objetivo deste artigo é propor um modelo explicativo para esse fenômeno de “marketing” à luz de teorias que abordam a composição psicológica do Jeitinho Brasileiro, a cultura da Informalidade e o Empreendedorismo.
O propósito principal de microempreendedores em mercados informais é sobressair-se em relação aos seus concorrentes com vantagens competitivas sustentáveis, por meio de estratégias idiossincráticas de marketing e vendas, em formato intuitivo, improvisado e de baixo custo. O indivíduo desenvolve estas estratégias no momento em que as realiza, com base em experiências anteriores, de modo totalmente experimental (BOSIRE; GAMBA, 2003; SOUZA et al., 2013).
Este artigo foi procedido por meio de uma pesquisa bibliográfica, dentro de uma abordagem exploratória da literatura específica sobre as temáticas em tela. A pesquisa bibliográfica, de acordo com Gil (2012, p. 50), se configura, exclusivamente, a partir de fontes documentais da literatura, no qual, sua principal vantagem “reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”.
Em termos psicológicos, o Jeitinho explica o processo criativo e inovador na construção de estratégias de marketing e as atitudes negligentes frente à ilegalidade e aos preceitos éticos. Em termos sociológicos, a informalidade explica a influência da cultura brasileira no comportamento cotidiano das pessoas dentro das organizações e no trabalho. E, em termos econômicos, o empreendedorismo explica o surgimento do microempreendedor (o feirante, o ambulante, o camelô) no mercado informal.
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