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O mercado de crédito é extremamente competitivo entre as instituições financeiras. A análise do risco de crédito é fundamental para o negócio bancário. Muitos economistas apontam que as condições macroeconômicas afetam o risco de crédito das instituições financeiras, e há uma necessidade de avaliar a sensibilidade do risco de crédito a mudanças na economia a fim de evitar instabilidade no mercado de crédito. Diversos estudos empíricos concluem que a inadimplência é maior em recessão econômica.
Este trabalho teve como objetivo descrever e mensurar o impacto de variáveis macroeconômicas na inadimplência de contratos a pessoas físicas das instituições financeiras no Brasil e contribuiu para a literatura ao preencher as seguintes lacunas: avaliou a relação entre variáveis macroeconômicas e o risco de crédito acrescentando à análise variáveis macroeconômicas não usuais e incorporou a composição da carteira de crédito das instituições financeiras nesta modelagem.
A relação entre a macroeconomia e a concessão de crédito é bem estudada, porém essa relação com o risco de crédito ainda está em seu início. O constructo da referência bibliográfica deste estudo é baseado em pesquisas que buscam relacionar contextos macroeconômicos com indicadores de inadimplência ou risco de crédito de um país, que são estudos sobre: risco de crédito soberano, testes de estresse, credit scoring com variáveis macroeconômicas e estudos sobre inadimplência e macroeconomia.
O processo metodológico utilizado é dado pelos seguintes passos: construção da base de dados com base na revisão bibliográfica (extraída do banco de dados do Banco Central e IPEA), seleção inicial das variáveis explicativas e construção de um modelo de séries temporais com variáveis explicativas (ARIMAX). O modelo foi construído no período de Março de 2007 a Dezembro de 2011. O período de Janeiro de 2012 a Dezembro de 2012 foi utilizado para avaliar o desempenho do modelo fora do tempo.
A seleção inicial de variáveis foi dada pela correlação com a inadimplência, teste de causalidade de Granger, teste de cointegração e teste de exogeneidade. Foram selecionadas quatro variáveis explicativas. O modelo final obtido indicou que variáveis indicadoras de emprego (sinal negativo), reservas bancárias (sinal positivo) e confiança do empresário (sinal negativo) se mostraram estatisticamente significativas para explicar a inadimplência. O modelo ajustado possui R2 ajustado de 37,9%.
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