RESUMO
Código: 626
Tema: Estruturação e reestruturação financeira

 

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Desempenho Pós-ipo de Empresas Investidas Por Private Equity no Brasil: Uma Abordagem Setorial
 

A relação entre o investimento de fundos de Private Equity e Venture Capital (PE/VC) em fase anterior à abertura de capital de determinadas empresas e o desempenho de longo prazo das ações dessas companhias após a oferta pública inicial (IPO) é tema de constantes estudos em países cujas economias são consideradas desenvolvidas. Este tema, no entanto, ainda é incipiente no Brasil.

Atribui-se aos fundos de PE/VC papel relevante no fomento de investimentos produtivos em diversos segmentos econômicos. O objetivo deste estudo é o de buscar identificar se há relação entre a participação acionária de fundos de Private Equity e Venture Capital antes do IPO, em empresas que abriram capital entre 2004 e 2013 na Bovespa e o desempenho de longo prazo dessas ações, analisando os setores econômicos separadamente.

A revisão bibliográfica comporta os principais conceitos referentes ao investimento de fundos de Private Equity e Venture Capital no Brasil e em outros países e aos movimentos de abertura de capital das empresas nesses mercados, além da relação dessas variáveis com o desempenho das ações das empresas no longo prazo.

Foram utilizadas duas metodologias para cálculo dos retornos. Primeiramente foi efetuada análise buy and hold, na qual uma carteira teórica é montada à medida que os IPOs ocorrem e as ações não são vendidas, sendo apurado o retorno total até o final do período estudado. Um segundo exercício foi feito utilizando o retorno anormal acumulado (CAR) de cada ação em determinados períodos de tempo, por meio de regressão econométrica com o método dos mínimos quadrados.

Os resultados obtidos com a análise buy and hold estão em linha com os observados em estudos efetuados no mercado norte-americano, que encontraram resultados diferentes entre os segmentos econômicos. Na análise do CAR, a presença de fundos de PE/VC antes do IPO mostra-se significante a um nível de 10%, para explicar o retorno anormal acumulado de longo prazo das empresas, apenas no período de seis meses após a abertura de capital.