|
A produção científica em Administração vem a aumentar, acompanhando o maior número de programas de pós-graduação stritu sensu e de periódicos. Um levantamento dos periódicos que publicam em Administração no portal Qualis permitiu identificar mais de 200 periódicos específicos para as áreas de “Administração, ciências contábeis e turismo” apenas no Brasil. Porém, as taxas de rejeição dos trabalhos submetidos são relativamente altas, principalmente quando tratando dos periódicos mais qualificados.
As pressões para publicar, o reconhecimento dos pesquisadores prolíficos, a importação do publish or perish e a incorporação de sistemas de incentivos à publicação contribuem para que os pesquisadores procurem publicar mais e em melhores periódicos. Porém, as taxas de rejeição costumam ser altas, principalmente nos maiores estratos. Examinamos os motivos de rejeição dos manuscritos submetidos a periódicos de administração, para compreender os critérios e quais são os problemas mais frequentes.
A publicação científica evoluiu nas últimas décadas (BEDEIAN, 2003), sobretudo no Brasil. No atual sistema, as pressões para publicação em periódicos de alto impacto fazem desta atividade um desafio na vida dos pesquisadores. No entanto, as taxas de rejeição dos artigos em periódicos de impacto, nacionais e internacionais são altas, sendo de acordo com Bornmann (2009) aproximadamente 54%. Os motivos de rejeição e critérios de avaliação mudam para cada avaliador (BEDEIAN, 2003).
Utilizamos um survey, enviado a 200 editores de periódicos brasileiros. O critério para admissão na pesquisa foi que o participante atuasse como editor principal, ou editor chefe, de um periódico classificado no sistema “Qualis Capes”, que publique trabalhos nas áreas de administração, contabilidade e turismo. Dos 200 questionários enviados obtivemos 79 respostas. As variáveis abordaram os motivos de rejeição e os problemas mais frequentes encontrados nos trabalhos submetidos aos periódicos.
Editores buscam contribuições inovadoras para o aceite dos trabalhos submetidos. Estas condições implicam em uma produção científica com maior ênfase em estudos que acrescentam ao conhecimento e propõe novos resultados. O que conflita com a política do publish or perish, que prioriza a quantidade e o impacto dos trabalhos em detrimento a trabalhos inovadores. Foi também encontrada uma correlação direta entre estrato dos periódicos e a rigorosidade dos editores quanto à introdução dos artigos.
|
