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A forma de capturar e interpretar a realidade está entrelaçada ao paradigma ao qual o pesquisador vincula-se (Burrell & Morgan, 1979). A pesquisa gerencial, ainda no cenário contemporâneo, recebe influências da vertente positivista (Schurink, 2003). A heterogeneidade de práticas de pesquisa qualitativa gerencial configura-se como o resultado de distintos pressupostos filosóficos, que oferecem um contraponto ao mainstream positivista (Johnson, Buehring, Cassell & Symon, 2006).
Nesta direção, surge a seguinte questão a ser investigada: qual é o estado da arte dos estudos organizacionais sob a lente da fenomenologia, veiculados nacionalmente no período de 2000 a 2014? A partir de tal questionamento tem-se a pretensão de mapear as relações de autoria, a tipologia dos estudos realizados, os principais modelos empregados da fenomenologia e a diligência para a transposição da fenomenologia para os estudos organizacionais.
A revisão bibliográfica está segregada em duas linhas, a primeira discute a pesquisa organizacional e a segunda, pontua a fenomenologia nesse âmbito, delineando seus aspectos conceituais e modelos de pesquisa. A abordagem à pesquisa organizacional norteou-se por argumentos acerca da realidade social e suas distintas formas de interpretação, apreensão e compreensão. Ademais, foram pontuados aspectos vinculados ao positivismo e a inserção de novos paradigmas ao campo da pesquisa organizacional.
Estudo Bibliométrico, de delineamento descritivo e abordagem qualitativa do problema de pesquisa. Logo, buscou-se compreender a temática em questão mediante o aprofundamento de um quadro de referência e não somente através do mapeamento quantitativo (Martins & Theóphilo, 2009). A seleção das produções científicas ocorreu através da biblioteca digital SPELL. As buscas resultaram em estudos oriundos de pesquisadores brasileiros, sendo veiculados nacionalmente no período de 2000 até 2014.
A análise dos artigos pontuados através da presente investigação ocorreu de forma qualitativa, mediante a leitura integral dos mesmos. Nesses termos, para que fosse possível estabelecer um quadro reflexivo da produção contemplada no recorte aqui realizado, as análises foram ordenadas em três níveis, sendo eles: [1] mapeamento de autoria; [2] tipologia dos estudos realizados, e [3] transposição da fenomenologia para os estudos organizacionais.
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