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Tradicionalmente os jogos de empresas são estudados considerando suas características didático-pedagógicas, eficiência, e formas de desenvolvimento, diante da importância deste ferramental no contexto de ensino-aprendizagem. Apesar desta vertente de pesquisa ser predominante, a exploração da ferramenta como instrumento de pesquisa é discutida por vários autores (COHEN; RHENMAN, 1961; KEYS; WOLF, 1990; SAUAIA, 1995), o que leva a diferentes abordagens quanto ao fenômeno e metodologias utilizadas.
A fim de investigar mais profundamente como os jogos de empresas são considerados nas pesquisas brasileiras, definiu-se o problema de pesquisa: Qual o perfil da pesquisa acadêmica sobre jogos de empresas considerando a abordagem ao fenômeno, perspectivas teóricas e metodológicas? Como objetivo geral, foi definido: descrever o perfil da pesquisa acadêmica em jogos de empresas no Brasil.
A área de pesquisa envolvendo simulações e jogo de empresas foi foco de estudo de diversos autores no Brasil (BARÇANTE; BELTRÃO, 2013; MOTTA et al., 2011; PAIXÃO; BRUNI; CARVALHO JR., 2007). Apesar disso, percebe-se a necessidade de aprofundar a discussão envolvendo o fenômeno jogo de empresas, e de explorar aspectos metodológicos dos estudos desenvolvidos no Brasil. Revisão dos estudos anteriores é realizada e a aplicabilidade dos jogos de empresas como ferramenta de pesquisa é discutida.
Este estudo, de natureza qualitativa e quantitativa, e descritivo quanto aos objetivos, foi caracterizado como revisão descritiva da literatura no tocante ao método de pesquisa (KING; HE, 2005). Ao todo 184 artigos foram analisados, provenientes de 4 periódicos e 4 eventos nacionais. Entre os elementos avaliados estão: abordagem ao fenômeno, abordagem metodológica (qualitativa/quantitativa), método e classificação quanto aos objetivos.
Constatou-se a predominância de estudos que têm as simulações como objeto de pesquisa - SCOPE (76,06%) enquanto 23,04% utiliza os jogos de empresas como ambiente de pesquisa - SCAPE. Entre os métodos mais frequentes estão o bibliográfico (12,5%), experimental (9,2%) e estudo de caso (7,6%). As pesquisas descritivas (10,9%) e exploratórias (10,3%) são as classificações mais frequentes quanto aos objetivos. Por fim, uma tipologia de classificação das pesquisas é proposta.
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