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O presente trabalho teve por objetivo analisar a gestão e estratégia do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), nos ciclos Paralímpicos de 1996 a 2012 e verificar os impactos da profissionalização na gestão do CPB sob a ótica dos resultados das missões brasileiras nestas cinco edições dos Jogos Paralímpicos em termos de posicionamento no quadro de medalhas (De Bosscher et al 2009). Buscou-se, também, examinar como este processo refletiu na evolução do orçamento e captação de recurso da entidade.
Verifica-se nesta pesquisa um caráter exploratório sobre as relações entre a gestão esportiva e entidades esportivas. Este trabalho foi desenvolvido em duas etapas distintas: levantamento bibliográfico da teorias de estratégia em entidades esportivas e a gestão profissional do esporte e, posteriormente, informações relativas ao Comitê através de análise documental (VERGARA, 2010) e entrevista pessoal de modo a analisar se as estratégias e modelos usados encontram respadaldos na academia.
Existem várias formas de gerir uma entidade esportiva (FERKINS e SHILBURY, 2012). De Bosscher et al (2010) já sinalizava que diretorias de entidades esportivas deveriam focar no planejamento e estratégia da entidade, porém relações culturais de cada sociedade deveria refletir na construção da mesma. Investimentos governamentais também afetam o modelo de gestão destas entidades (DE BOSSCHER et al, 2010), porém ajudam na profissionalização, dando fim ao trabalho voluntário (AULD e GODBEY, 1998).
Identifica-se neste estudo uma evolução no CPB. Esta evolução mostra ser fruto de modificações no sistema de gestão implementado. A profissionalização teve reflexo não apenas na esfera administrativa, mas também nas competições. A transparência da gestão foi crucial para o aumento das receitas oriundas de patrocínio (MARQUES e COSTA, 2009; ANDRADE e ROSSETTI, 2007) e de outras fontes e foram essenciais para esta profissionalização. O processo criou um ciclo virtuoso que transformou o CPB.
Este trabalho buscou contribuir para maior compreensão da gestão profissional nas entidades esportivas e como isso pode impactar os resultados esportivos, econômicos e financeiros das mesmas. Apesar do aquecimento da indústria esportiva no Brasil o cenário acadêmico nacional ainda se encontra defasado em relação ao internacional. Assim, espera-se servir de exemplo para que novos modelos possam ser propostos e apresentados, não apenas no âmbito acadêmico, mas também para as entidades esportivas.
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