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Relações interculturais são tão antigas quanto à própria humanidade e podem ocorrer em diferentes contextos, inclusive no organizacional. Apesar das pesquisas sobre a interculturalidade nas organizações serem recentes, alguns acontecimentos nos cenários econômico, social, político e esportivo no Brasil vêm atraindo a atenção de profissionais e organizações do mundo todo, acentuando a necessidade de haver uma maior preocupação com tal questão e suas formas de gestão.
Pautando-se na análise bibliométrica, objetivou-se, neste artigo, mapear como a interculturalidade é abordada em estudos publicados no país a partir de um levantamento da produção nacional nos anais de quatro congressos promovidos pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD) entre os anos 2000 a 2013. Pensa-se que este trabalho pode permitir uma leitura crítica da atual produção, apontando as lacunas e as oportunidades nas discussões sobre a interculturalidade.
A interculturalidade é considerada uma forma contemporânea de analisar as questões culturais dentro das organizações. No que concerne aos estudos voltados aos aspectos interculturais realizados no Brasil há ainda baixo interesse na discussão sobre este tema (FREITAS, 2009). Entretanto, discussões teóricas, conjuntamente com as análises empíricas, são fundamentais para a ampliação do debate em um determinado campo de conhecimento, como parece ser o caso da interculturalidade.
Frente ao objetivo proposto neste artigo, o método adotado para a condução desta pesquisa foi a análise bibliométrica, definida como uma técnica quantitativa e estatística de medição dos índices de produção e disseminação do conhecimento científico (ARAÚJO, 2006) e que é bastante utilizada por autores que visam a demonstrar como determinados assuntos são pesquisados e discutidos no campo da administração no Brasil. Ao total, foram analisados 71 artigos de quatro eventos promovidos pela ANPAD.
Constatou-se que grande parte dos estudos sobre interculturalidade teve abordagem teórico-empírica, pautou-se em pesquisa qualitativa e a estratégia de pesquisa mais adotada foi o estudo de caso. Quanto à análise dos dados, destacou-se a análise de conteúdo. Sinaliza-se que houve um relevante número de artigos que não explicitaram sua estratégia de pesquisa. Há concentração de Instituições que têm publicado sobre gestão intercultural e, por último, a expatriação foi o foco central de pesquisa.
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