RESUMO
Código: 105
Tema: Simbolismos, Culturas e Identidades Organizacionais

 

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A Relação Entre O Pós-estruturalismo e A Analítica Queer – A Desconstrução do Sujeito Na Pós-modernidade
 

No fim do século XIX, inúmeras mudanças marcam a cultura ocidental, a qual passa por transformações em várias áreas, o que caracteriza o surgimento de um período denominado pós-modernidade (PETERS, 2000). Pode-se definir que a pós-modernidade compreende uma época histórica caracterizada por modificações em relação ao período moderno e está ligada diretamente a modernidade, devendo ser compreendida como uma ontologia (SOUZA, 2012), um ethos que abarca inúmeras epistemologias (PETERS, 2000).

A partir de temas como relações sociais de sexo, identidade, estigma e a representação de discursos de resistência, este ensaio teórico objetiva descrever, através do pós-estruturalismo, como a analítica queer enxerga essas questões e as relaciona com o processo de constituição do indivíduo, visto nesse contexto como fragmentado e descentralizado. É uma interpretação relevante dentro dos Estudos Organizacionais, que também explora interfaces em contrapartida ao mainstream da Administração

Para Miskolci (2009), o foco da analítica queer não é a defesa dos estigmatizados, mas a crítica e o rompimento com o binarismo de relações sociais de sexo que cria a estigmatização. Assim, a analítica queer se mostra relevante, pois evidencia que as identidades estão inseridas em vivências culturais imersas em relações sociais regidas por discursos de poder e se encontram em diferentes relações dominantes e de discursos hegemônicos, os quais visam à manutenção da ordem (FOUCAULT, 2004).

Para atingir o objetivo do estudo, foi feito um levantamento bibliográfico nas principais bases de pesquisa, nacionais e internacionais, de modo que esse ensaio teórico revele a invisibilidade de algumas minorias, as quais, muitas vezes, demonstram seu reflexo a partir da interiorarização do estigma. O estudo se mostra relevante, pois a sociedade contemporânea ainda é permeada por discursos segregacionistas, homogêneos e normatizadores, que visam a manutenção de certas maiorias no poder.

O termo queer, que se originou como um insulto a comunidade gay, passa a ser incorporado pelo pós-estruturalismo, que coloca a analítica queer como um reflexo de uma nova configuração social fragmentada, que representa o diferente, e, por isso, a sua forma de ação é vista como algo transgressivo e perturbador (LOURO, 2004). Para Derrida (2004), todas as lógicas precisam ser abaladas por uma ação que busca desconstruir e subverter uma ordem pré-estabelecida que se pauta em discursos afirmativos.