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A emergência de uma nova realidade econômica global modificou as determinantes da competição, que, agora realizada em arena internacional, promoveu o surgimento de uma nova organização industrial em escala mundial, denominada Cadeia Global de Valor (CGV). Dessa forma, os governos, em grande parte responsáveis pelos ambientes econômicos de atratividade de elos dessas cadeias, assumem a sua interdependência de recursos com o meio empresarial e optam por realizar estratégias às empresas nacionais.
Escolheu-se adentrar pela cadeia global da indústria farmacêutica, com objetivo de investigar em quais elos as empresas brasileiras estão inseridas, buscando antever e vislumbrar possíveis drivers de políticas governamentais para estratégias de upgrading da economia nacional. O propósito da pesquisa se resguarda na constituição de análise que propicie identificar fundamentos político-econômicos para elaboração de uma estratégia internacional da indústria brasileira.
As Cadeias Globais de Valor combinam tradicionais fatores impulsionadores da internacionalização com a terceirização global, o que exige níveis elevados de coordenação explícita, diferenciando esse fenômeno da lógica do comércio em condições tradicionais de concorrência. Para a sua análise adotou-se a abordagem holística de Gereffi e Fernandez (2011), organizadas a partir de quatro dimensões: estrutura input-output, escopo geográfico, estrutura de governança e contexto institucional.
As informações pertinentes foram prospectadas por meio das seguintes estratégias de pesquisa: i) pesquisa documental, ii) levantamento estatísticos em bases de dados internacionais e iii) entrevistas com atores-chave. Na etapa documental foram levantados os principais anuários, documentos de classe e position paper do setor. Os levantamentos estatísticos foram obtidos em bases de dados da ONU. Ademais, dois profissionais do setor foram entrevistados por meio de roteiro semi-estruturado.
Os problemas brasileiros em tecnologia e inovação para maior inserção do país na Cadeia Global de Valor farmacêutica parecem residir na resolução de gargalos e entraves em formação científica, atividade empresarial e de seu ambiente de negócios, o que não ocorre apenas via investimento ou aporte financeiro, mas, indubitavelmente, da maneira como se intervém no ambiente, principalmente no objetivo de consolidar um Sistema Nacional de Inovação cujos principais atores sejam as empresas.
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