O instituto especializado em ortopedia e traumatologia (IOT) cumpre a determinação
de contratação por cotas de deficientes segundo a Lei nº 8.213 (1991). Sete
funcionários deficientes visuais atuaram no departamento de diagnóstico por imagem,
por 20 anos, como auxiliares de radiologia, em câmara escura. Com a evolução do
sistema de radiografias (de analógico para digital), foi eliminada a etapa de revelação
de chapas radiográficas, levando à perda da função dos funcionários com
deficiência
O objetivo deste relato técnico é demonstrar qual a melhor estratégia na realocação de funcionários com deficiência visual, em novas atividades no IOT, com o aproveitamento de suas potencialidades e mesmo desempenho de suas habilidades, demonstradas nos 20 anos de atuação na antiga função de técnicos de radiologia, ou seja, como realocar os deficientes visuais em novas atividades, a fim de cumprir a Lei nº 8.213, após a desativação do sistema analógico de revelação de filmes radiográficos?
Atualmente, a questão da inclusão das Pessoas Portadoras de Deficiência (PPDs) no mercado de trabalho não está circunscrita em uma única área do conhecimento, abordagem, disciplina ou ponto de vista. Como tal merece tratamento e abordagem condizentes, a esta realidade complexa. Incluir as PPDs no mercado de trabalho envolve, dentre outros aspectos, discutir as práticas de gestão das organizações, no tocante à ética e à responsabilidade social (Doval, 2006).
Segundo Chiavenato (1999, p.4) o contexto da gestão de pessoas é formado por pessoas e organizações. A gestão de pessoas ou administração de recursos humanos pode ser entendida como uma associação entre habilidades e métodos, além de políticas, técnicas e práticas, definidas com objetivo de administrar os comportamentos internos e potencializar o capital humano. O relato apresentado foi delineado como um estudo de caso, de caráter exploratório e de natureza qualitativa.
Ficou comprovada, a eficiência do novo serviço de agendamento de consultas, com a devida realocação de funcionários portadores de deficiência visual e sem elevados custos de investimentos em softwares, no valor de R$ 2.000,00. Ainda como resultado, houve uma diminuição de absenteísmo dos pacientes e/ou a presença desnecessária de pacientes ao hospital em caso de falta de material ou equipamentos em manutenção, trazendo vantagens operacionais ao Instituto.
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