RESUMO
Código: 501
Tema: Apreçamento de ativos

 

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High Frequency Trading: Preço, Volume e Volatilidade em Uma Nova Microestrutura de Mercado
 

O HFT se refere à rápida realocação de capital por meio de algoritmos complexos, em que as transações podem ocorrer em milésimos de segundos. Como pontos positivos são citados, aumento da liquidez e maior desenvolvimento tecnológico, resultando em maior eficiência. Os oposicionistas argumentam que os computadores não possuem real conhecimento sobre o que são as empresas e os algoritmos podem manipular o mercado transacionando um volume financeiro desproporcional num curto espaço de tempo.

Os algoritmos HFT reagem rapidamente a novas informações e transacionam altíssimo volume financeiro; isto pode gerar o acionamento de forma descontrolada de ordens alterando o equilíbrio do mercado e aumentado a volatilidade. O objetivo do presente artigo é analisar a relação entre volatilidade e volume na bolsa de valores brasileira em momentos antes e pós-iniciação das estratégias HFT. O artigo complementa os fatores limitantes no artigo de Araújo e Montini (2013).

A análise da relação volatilidade e volume é tratada sob a ótica da hipótese de distribuição mista (Mixture of Distribution Hypothesis - MDH). Clark (1973) e Epps e Epps (1976) foram os primeiros a formalizarem a teoria sobre a distribuição dos retornos nos mercados especulativos por meio da MDH. Tauchen e Pitts (1983) testou o modelo para mercados em crescimento. Medeiros e Doornik (2008) analisaram, por meio da MDH, a relação entre volatilidade e volume transacionado no mercado brasileiro.

Estabeleceu um período de análise compreendido entre 2000 a 2005 para os momentos antes HFT e 2009 a 2014 para os momentos de iniciação e pós HFT. Os dados foram obtidos no ECONOMÁTICA (Retorno, Volume e Número de Negociações), os valores foram deflacionados pelo IGP-DI e transformados em índice. Os modelos foram estimados pela método de máxima verossimilhança com informação completa (Full Information Maximum Likelihood) e GARCH(1,1) utilizando para otimização o método de Marquadt.

O artigo demonstra existir uma relação significante entre número de negociações e volume. A relação entre volatilidade e volume é positiva e significativa no mercado brasileiro e os resultados estão de acordo com os demais pesquisadores da área. A força da relação aumentou a medida que o número de negociações cresceu, fato ocorrido após o início das operações por alta frequência. A persistência na volatilidade diminuiu na presença da variável volume, sendo ainda menor no período pós HFT.