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Rede e poder têm sido tratados através de diferentes perspectivas em contextos diversos. De forma conjugada, ou seja, poder em redes, o conceito adquire importância ao se considerar a necessidade de sua compreensão enquanto aspecto condicionante e/ou determinante no comportamento dos atores participantes da rede e, por consequência, no seu desempenho. O poder, no entanto, nem sempre aparece nessas discussões sobre redes, privilegiando-se estudos sobre cooperação e confiança.
O objetivo do presente trabalho é a defesa de uma linha conceitual de poder que seja mais competente para a investigação de redes. Esta linha deve ser capaz de lidar com a diversidade conceitual e de manifestações do fenômeno, além de definir e abarcar a perspectiva (relações entre ator - ator, ator - rede, rede -rede); o contexto (características do negócio, luta para manter, ou obter o poder); a percepção dos atores (ator com poder, ator sem poder) e legitimidade do poder no grupo considerado
Nohria (1992) estabelece que a rede se define pelas relações de poder, e que conceitos clássicos de poder como recurso pessoal, ou posição em uma hierarquia, não são suficientes para contemplar a análise da complexidade das redes.
Constrói-se aqui uma via alternativa aos modelos dominantes, podendo ser rastreada em trabalhos de Foucault (2002), com o poder como relação rotineira, Parsons (1968) com o conceito de poder sistêmico; Luhmann (1983) com o conceito de poder como aglutinador de grupos.
Tratando-se de um ensaio, a investigação foi orientada para o levantamento das bases de uma linha conceitual de poder para o estudo de redes, feita sob duas perspectivas de pesquisa: (a) poder nas organizações e nas redes a partir da literatura clássica, buscando inventariar-se criticamente o elenco de posições teóricas e potenciais convergências, mesmo reconhecendo-se a ausência de preocupações filológicas, e (b) considerações sobre o poder a partir de painel de artigos sobre poder e redes.
Identificou-se 21 artigos na base de dados SciELO, em pesquisa de 15 anos tratando de poder em redes, mostrando a relativa escassez atribuída ao poder nos estudos sobre redes. As revisões indicam o primado de uma visão econômica e racional, com o conceito de poder se referindo a uma perspectiva funcional, inadequada à análise de rede. É oferecido neste trabalho um conceito de poder em redes passível de instrumentalização, e principalmente indicação da captura dos seus elementos estruturantes.
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