RESUMO
Código: 1065
Tema: Marketing, Sociedade e Outros Temas

 

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Assim Na Terra Como no Céu: Influência da Teologia da Prosperidade no Consumo de Luxo
 

O cenário brasileiro da década de 70 foi ideal para que emergisse uma nova vertente Evangélica no Brasil: o neopentecostalismo, cuja principal congregação é a Igreja Universal do Reino de Deus. A Teologia da Prosperidade, elemento doutrinário destas Igrejas, atesta que a boa relação fiel-Deus permite a antecipação das benesses do paraíso na vida terrena, legitimando o consumo como algo desejável. Assim, os fiéis desejariam ascender socialmente como forma de provar a ação divina em sua vida.

Pesquisas observadas acerca dos neopentecostais no Brasil procuram compreender a relação entre a TP e a ética do consumo. Contudo, não se propuseram a mensurar a relação entre TP e propensão ao consumo de luxo. O presente estudo tem por objetivo analisar a intenção de consumo de produtos de luxo por parte de neopentecostais, considerando a influência da TP. Ao promover maior compreensão deste universo simbólico, espera-se ainda aumentar o debate sobre o tema.

Ao tratar da relação entre religião e consumo, Nwankwo, Hamelin e Khaled (2014) constatam que a religião pode causar um forte sentimento de pecado quando o fiel busca consumir artigos de luxo. O movimento neopentecostal, sobretudo a IURD, se contrapõe a esta visão até então predominante. Ao realizar pesquisa prévia que identifica o locus dessa ruptura, Mariano (1996) encontra o marco fundamental no qual se baseia o presente estudo.

Para cumprir com o objetivo do artigo, foi realizada uma pesquisa descritiva-explicativa, através de um survey. Utilizou-se um questionário em 3 partes: perfil sócio demográfico, escala de valores materiais (EVM) e escala de participação de Griffin (EPG). A EVM buscou mostrar a propensão de consumo de luxo entre fiéis da Igreja Universal e um grupo de controle. A EPG buscou entender a aderência do fiel à Teologia da Prosperidade da IURD. Foi realizada uma Análise Fatorial Exploratória e ANOVA.

Os resultados obtidos mostraram-se satisfatórios de acordo com a literatura pesquisada. Sob esta ótica, identificou-se que o grupo de iurdianos apresentou média de respostas acima das do grupo de controle no tocante à propensão ao consumo de luxo. Uma vez que o universo simbólico da TP é o elemento que distingue os dois grupos, pode-se inferir que tal doutrina exerce influência no consumo, o que corrobora a H1 do estudo.