As comunidades virtuais de negócios representam um tipo específico de relacionamento interorganizacional, em especial no que se refere às dimensões tecnológicas, que lhe conferem especificidades únicas. Distinguem-se de outras formas de relacionamentos interorganizacionais na medida em que as organizações participantes fazem uso intensivo da TI para promover a ação coletiva. Seja qual for o tipo de relacionamento interorganizacional, necessitam de governança para alcançar os objetivos propostos.
Com base nessas reflexões, este estudo tem a seguinte questão norteadora: Quais os elementos essenciais da governança em CVN (Comunidades Virtuais de Negócios)? Como resultado, o artigo propõe um framework que sintetiza uma base conceitual para o tema governança em CVN, com aplicação de um caso empírico em um cluster de flores gaúcho, junto ao qual foi desenvolvida uma CVN.
Nesta seção discute-se a base teórica do artigo, a partir de dois constructos: Comunidades Virtuais de Negócios (CVN) enquanto forma distinta de relacionamento interorganizacional; e Governança Interorganizacional, enquanto elemento capaz de coordenar as relações entre empresas. Essa base, permitiu identificar pressupostos elementares para a construção de mecanismos de governança, tais como a estruturação de normas e regras, formas de monitoramento e a aplicação de incentivos e sanções na CVN.
O método adotado para a realização do estudo envolveu a revisão da literatura e um estudo de caso em um cluster de flores gaúcho, junto ao qual foi desenvolvida uma CVN, denominada de Comunidade de Negócios de Flores – CN-Flores (www.cnflores.com.br). O intuito foi de mapear evidências empíricas para a identificação de elementos relacionados à governança em CVN. O estudo de caso considerou dados coletados no período de dois anos, por meio de fontes de dados variadas.
A governança em CVN é representada pelo conjunto de mecanismos que compreendem normas e/ou regras, formas de monitoramento dessas regulações e a aplicação de incentivos e sanções. Procura-se compreender o processo de desenvolvimento desses mecanismos a partir dos oito princípios da boa governança propostos por Ostrom (1990). As dimensões da tecnologia que servem como base para a criação de uma CVN são influenciadas e podem, ao mesmo tempo, influenciar aspectos da governança interorganizacional.
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