Foucault (2014) efetua uma revisão do conceito de panóptico, demonstrando o percurso disciplinar para uma sujeição voluntária, onde se elimina a necessidade de violência para o controle dos indivíduos. Assim, o controle sobre o tempo do indivíduo e a instrumentalização do poder, através da teoria do panóptico, recebem um novo elemento: a tecnologia.
O gerente, que antes detinha todo o poder, se depara com uma nova realidade, onde ele mesmo está sujeito aos efeitos do poder da organização. Este texto busca compreender a relação entre a inserção da tecnologia nos sistemas de controle e o poder dos gerentes. O objetivo é discutir em quem medida o conceito de panóptico, desenvolvido por Michel Foucault (2014), é útil para entender o poder dos gerentes nas organizações, em um contexto de inserção da tecnologia no gerenciamento e controle.
Utilizou-se a teoria do panóptico de Foucault, surgida do projeto arquitetônico do panóptico de Bentham, e reeditada como panóptico digital, com a inserção da tecnologia nos mecanismos de vigilância.
Este estudo caracteriza-se como Ensaio Teórico.
Cabe a discussão sobre a separação hierárquica entre os que planejam as atividades (gerentes) e os que executam (funcionários). Ao longo do tempo as organizações mantiveram o padrão hierárquico onde o gerente era soberano em suas decisões. Entretanto, com a inserção das tecnologias nos sistemas das empresas, o gerente se vê envolto em uma série de indicadores, sinais, gráficos e planilhas que ditam o ritmo e a direção do trabalho de toda a equipe.
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